É incontrovertível que o aumento dos crimes contra a vida e o patrimônio no Brasil coloque o Estatuto do Desarmamento sob séria desconfiança. O Estado nasceu para dar segurança ao indivíduo, assim disse Thomas Hobbes em sua obra “O Leviatã”, e nesse sentido, é compreensível que a população brasileira comece a questionar sua relação com as regras impostas pelo Estado. A discussão entre ter ou não o direito de possuir uma arma implica em fazer um exercício exaustivo para tentar prever suas consequências. Sendo assim, o primeiro fato em questão é um possível aumento dos casos de confronto civil entre a população armada e bandidos. Porém, é importante salientar que dessa situação nefasta todos saem perdendo. Outros problemas atrelados ao maior acesso às armas de fogo é: o aumento dos incidentes domésticos e casos semelhantes ao dito “massacre de realengo" ocorrido na cidade do Rio de Janeiro. Essas situações, pela natureza dos envolvidos, dialogam diretamente com o fácil acesso às armas de fogo. Conquanto, medidas podem ser tomadas para dar uma resposta ao anseio popular. O Ministério da Justiça, por meio das Polícias Federais e do Exército brasileiro, deve aumentar o rigor no combate ao tráfico de armas, com a criação de uma força tarefa e batalhões de fronteira. Ademais, cabe ao Conselho Nacional de Justiça rever a aplicação de progressões de penas e indultos, com a finalidade de diminuir a reincidência criminal de pessoas apenadas. Destarte, com a diminuição da criminalidade devido ao acesso às armas e a sonolência da justiça, a sociedade brasileira pode resolver suas questões sem necessariamente romper o contrato com o Leviatã.