A globalização representa uma ideia de avanço, por meio de uma unidade mundial nunca antes experimentada. Entretanto, com essa mudança na forma de ver e viver o mundo, enfrentamos a ampliação do abismo entre as classes sociais, aumentando a pobreza em nome de um consumismo sem precedentes. A vida abastada que compramos com a ideia da globalização possui, assim como a lua, uma face oculta. Roupas de grife e eletrônicos que elevam a qualidade de vida da classe dominante, não raro advêm de fábricas instaladas em países subdesenvolvidos, como a malásia, onde um formato de "escravidão moderna" degrada a saúde física e psicológica de zumbis que "apertam parafusos" para manter uma qualidade de vida mínima. Assim, fica cada vez mais claro o antagonismo do consumo na globalização. Em analogia à obra de Wells, A Máquina do Tempo, cria-se ilhas paradisíacas de consumo em meio a um mundo de pobreza e caos, nas quais os elóis gozam de vida plena, em detrimento de morlocks, que desavisados, sustentam sua própria miséria nesse sistema de capitalismo monopolista. Portanto, é possível inferir que os pobres do mundo conhecem a globalização pelo lado corrosivo da ganância humana. E sem acesso ao básico, ficam alienados aos avanços tecnológicos da medicina, com recursos que garantem apenas outro dia de trabalho. O abismo crescente entre ricos e pobres deve ser enfrentado antes que qualquer ponte seja inviável. Para tanto, ONG'S com o apoio da mídia internacional devem buscar a conscientização da sociedade, buscando um consumo equilibrado, evitando marcas que explorem indignamente a mão-de-obra, e exigindo sansões a essas empresas, sob pena um dia, sem avisar, os morlocks reclamarem aquilo que lhes é de direito.