A questão patrimonial tornou-se assunto de Estado no governo de Getúlio Vargas, como parte de seu projeto de construção da identidade nacional. Nessa perspectiva, nota-se que o patrimônio histórico e cultural brasileiro é uma importante ferramenta política e social a fim de reconhecer e proteger os elementos culturais, contudo os baixos orçamentos da pasta de cultura, somada ao descaso na educação está provocando perdas irreparáveis na história do Brasil. É elementar que se leve em consideração, primeiramente, o pouco valor que os governos cedem à cultura. Um dos reflexos dessa atitude é o congelamento dos gastos públicos, aprovado pelo presidente Temer, com a previsão de manter o orçamento por 20 anos. Tal fato implica em menos recursos para a cultura, consequentemente, para manutenção de museus e outras instituições de patrimônio histórico e cultural. Dessa maneira, a previsão é de que tragédias continuem acontecendo com perdas irrecuperáveis, assim como, o recente incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro, em 2018, e o ocorrido no Museu da Língua Portuguesa, em 2015. Nesse caso, ambos sofriam com a falta de manutenção adequada. É fundamental perceber, ainda, que a educação é um instrumento indispensável para a manutenção da memória histórica e cultural, contudo a escola falha, porque não incentiva e muito menos discute a importância patrimonial. Conforme a historiadora Emília Viotti da Costa, “um povo sem memória é um povo sem história”, à vista disso o país está perdendo sua identidade e seus vínculos, pois a cultura está sendo negligenciada. Ademais, conhecer a história pode evitar que crimes voltem a ocorrer no futuro. Tal como faz a Alemanha, ao desenvolver uma abordagem pedagógica de incentivo aos museus e campos de concentração, mostrando os horrores da guerra, a fim de evitar que algo parecido com o nazismo volte a ocorrer. Por conseguinte, preservar e valorizar o patrimônio histórico e cultural é de suma importância para uma identificação social, além de usar a história como exemplo para construir uma sociedade melhor. Sendo assim, cabe ao Governo Federal oferecer maiores vantagens fiscais às empresas que destinam parte de seus impostos na preservação cultural, como uma menor taxa sobre os impostos, resultando em maiores orçamentos para a Cultura. Outrossim, é essencial que o Ministério da Educação defina como disciplina obrigatória o estudo patrimonial, com uma abordagem pedagógica para promover uma reflexão crítica sobre o passado da sociedade, incentivando a visitação de museus. Somente com cidadãos empoderados é que a preservação e proteção patrimonial ocorrerá de forma constante.