A política de desenvolvimento social vem sendo cada dia mais notória e valorizada em nossa sociedade: Estado e cidadãos compreendem as desigualdades étnico-sociais no país e buscam, através de programas do governo, o respaldo para o enfrentamento dessas tão grandes disparidades. Hoje, discute-se frequentemente a validade das inúmeras bolsas disponibilizadas pelo poder estatal, bem como das cotas utilizadas em concursos e vestibulares públicos. Para uma parcela da população, essas são medidas populistas e que não resolverão a complexa conjuntura da desigualdade a longo prazo. Todavia, é um recurso inicial importante, visto que abre oportunidades outrora nunca usufruídas por pobres ou negros. É importante existir um conhecimento prévio sobre o histórico do país e seus cidadãos no âmbito sócio-econômico a fim de elucidar a importância das políticas públicas. Nesse aspecto, vale lembrar que o Brasil possuiu um número gritante de escravos, os quais, após a abolição da escravatura, não receberam nenhum tipo de indenização ou auxílio por parte do governo - constituindo-se em verdadeiro contingente de pessoas pobres, desprovidas de acesso à educação e "livres" somente na teoria. Em suma, faz-se necessário um maior engajamento político da sociedade, cobrando e estimulando o governo a cumprir sua função de assistente das necessidades dos cidadãos, assim como ensinando jovens e crianças (através das escolas e famílias) a respeitarem-se mutuamente, para que, futuramente, as pessoas vivam num patamar de igualdade, o qual pouco necessitará de políticas ou projetos para afirmar-se como justo.