Título da redação:

"Pão e Circo" brasileiro

Proposta: Política de desenvolvimento social no Brasil

Redação enviada em 11/04/2018

No Império Romano, a maneira de lidar com o grande número de pessoas desempregadas e miseráveis foi a criação da política do “Pão e Circo”, que consistia em distribuir alimentos e divertir esses indivíduos por meio de espetáculos no Coliseu, distraindo-os de seus problemas, porém sem resolvê-los. Hoje, no Brasil, as políticas de desenvolvimento sociais têm grande parte na luta contra a pobreza e desigualdade. Todavia, é preciso atenção para que essas medidas não sejam apenas atitudes paliativas, como aconteceu em Roma. O programa “Bolsa Família”, um dos mais importantes no país, ajudou muitos brasileiros a sair da condição de miséria e também serviu de incentivo para manter muitas crianças na escola – já que a presença do aluno com certa frequência é uma das exigências para o recebimento do auxílio. Entretanto, o problema dessa política é a dependência que ela causa nos beneficiados. Se uma família deixa de receber o pagamento, se encontra na mesma situação precária que estava antes do benefício. Além disso, a relativa segurança trazida pelo programa muitas vezes faz com que se tenha a ideia de que não é necessária a procura de emprego. Isso visto que a política está atuando de forma paliativa, tratando as consequências, sem, contudo, solucionar as causas. A ressalva também é válida para o caso das cotas nos processos seletivos. Trata-se de uma ótima ferramenta para aqueles que não tiveram acesso a estudo de qualidade, porém não diminui as desigualdades no ensino do país e não melhora a educação destinada às classes menos favorecidas. Desse modo, é preciso que as políticas de desenvolvimento sociais brasileiras atuem diretamente nas causas dos problemas. O Governo Federal deve, primeiramente, focar na inserção dos desempregados no mercado de trabalho, o que diminuirá a dependência dos auxílios e trará mais estabilidade a essas pessoas, que passarão a ter uma renda. Ademais, é também necessária a melhoria da educação pública, por intermédio de investimentos na estrutura das escolas, nos materiais e na capacitação de professores, para que assim os jovens de baixa renda tenham melhores chances de ingressar nas universidades, sem necessitarem das cotas. Dessa forma, a desigualdade no ensino brasileiro diminuirá e, como disse o economista Sir Arthur Lewis: “Educação nunca foi despesa. Sempre foi investimento com retorno garantido.”.