O desenvolvimento da sociedade brasileira é fruto de uma política econômica em ascensão que, mesmo regida em moldes coloniais, gera perspectivas positivas perante a população e transparece a propagação de abismos sociais. Em oposição à disseminação de melhorias destinadas às classes detentoras de culturas de privilégios, o Estado, sob a aparência de “protetor” promove, de forma desordenada, programas de transferências de renda. Iniciadas durante o governo de Fernando Henrique Cardoso e expandidas durante o governo Lula, medidas assistencialistas compuseram a mola mestra para a efetivação de mudanças expressivas. Os índices de miséria, por exemplo, mesmo que apresentando quedas plausíveis, expuseram a necessidade de manutenção dessas iniciativas. Dadas às garantias básicas de subsistência, os alvos desses projetos necessitam de apoio para a construção individual de pilares que garantam sua estabilidade, enfatizando a importância do acesso a uma educação de qualidade e capaz de superar as barreiras impostas pela má distribuição de renda. Os produtos do abandono instrucional além de inviabilizar a qualificação necessária para mercado de trabalho facilita a participação de jovens principalmente, em atividades criminosas, como representado no livro Capitães da areia, de Jorge Amado, onde um grupo de meninos abandonados se organiza com o intuito de vencer as mazelas sociais que lhes são impostas diariamente. Em longo prazo, o aumento de verbas destinadas à administração das escolas públicas garantindo o oferecimento de ensino referencial somado ao ambiente agradável e de imediato, a integração desses alunos ao ensino superior com a opção de utilização de cotas se tornariam fatores ímpares que junto aos métodos assistenciais atuariam na diminuição das desigualdades sociais.