Em outubro de 1999, o jornal Folha Universal trouxe em sua capa uma foto de Mãe Gilda em publicação com o título “Macumbeiros charlatões lesam o bolso e a vida dos clientes”, esse é um dos inúmeros casos de intolerância religiosa ocorridos em nosso país. O Brasil um país laico, que defende o respeito a todas as religiões tem como contradição inúmeros casos de intolerância religiosa. Intolerância religiosa também deve ser compreendida junto com o racismo. De acordo com dados do Disque 100 da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência 36% das vítimas de intolerância são negros, 21%são brancos e 0,56% indígenas. Dessa forma notamos que religiões com matrizes africanas como candomblé e umbanda, hoje são as que mais sofrem desrespeito com suas tradições. No contexto de perseguições, notamos que elas ocorrem de forma violenta. Ataques a templos, expulsão de seus praticantes e agressões verbais, todos esses atos desacatam a premissa do direito ao culto manifesto na Constituição Federal de 1988. No entanto poucas são as punições, como muitas vezes casos de intolerância religiosa ocorrem com o racismo os órgãos responsáveis não sabem lidar de forma eficaz para punir os agressores. Portanto apesar do Brasil defender o conceito neutro em relação a religiões com o intuído de respeitar todas as crenças presentes em nosso país, é notável que intolerância religiosa aconteça com frequência em nosso dia-a-dia. É fundamental um incentivo maior a denuncias e uma maior centralização das organizações que defendam as religiões afro-brasileiras.