Ao longo do tempo, o Brasil vem se mobilizando com certa frequência na diminuição das desigualdades por meio de políticas de desenvolvimento social. A divisão da sociedade entre classes excluiu grande parcela da população do seu direito ao acesso de serviços e benefícios disponibilizados pelo governo, sendo isso um grande fator para agravar os índices de desenvolvimento social do país. Contudo, a crescente atuação do Estado acarretou uma considerável mudança na condição da nação brasileira, sentida principalmente pelo público mais carente, os mais beneficiados pelo paternalismo do governo atual. “Bolsa Família”, “Minha casa, minha vida” e outros programas foram essenciais nesse processo de troca do cenário do brasileiro. A partir deles, foi possível amenizar a pobreza, de décadas atrás, a qual só se engrandecia com o passar dos tempos, através de um auxílio, na maioria das vezes financeiro, a esse povo com o intuito não de solucionar o problema, mas de promover uma estabilização em um estado de vida mais digno. Essa foi uma importante medida governamental, pela qual o paternalismo foi justificado e se mostrou eficaz, resultando em 2014, na saída do Brasil do mapa da fome da ONU. No entanto, é sensato perceber que esses programas de auxílio possuem um caráter de solução a curto prazo. Portanto, é racional constatar que proporcionar essas medidas para a população mais carente, mas não implementar o acesso ao estudo ou ao mercado de trabalho, cria um ciclo vicioso de dependência daquilo que deveria ser uma ajuda, entretanto passa a ser indispensável. Como acontece hoje, com famílias sustentadas apenas pelo bolsa família, sem a possibilidade de ingressarem na vida acadêmica ou conseguirem um emprego no mercado de trabalho. Em resumo, o desenvolvimento social é um termo muito amplo para ser solucionado apenas com apoios financeiros. Promover o acesso à educação e ao mercado de trabalho, são medidas extremamente eficazes e que necessitam receber uma importância maior. Com isso, integrar a população mais carente ao estudo, seja ele básico ou acadêmico, através do aumento de cotas nas universidades, ou construções de escolas em comunidades mais afastadas, ajudariam na solução do problema, no momento em que visariam o futuro e iriam trazer ao cotidiano dessas pessoas a ideia de ascensão social, fortalecendo um sonho utópico de equiparação dos setores sociais, afim de uma sociedade mais igualitária.