O mundo sempre foi um mosaico de culturas, pessoas, religiões e crenças. A partir disso, o ser humano sempre procurou ter esses aspectos individuais como sua verdade universal. Na Roma antiga, eram considerados bárbaros aqueles que não compartilhassem a cultura romana, assim como os europeus, que consideraram bárbaros os índios da América Latina pelos mesmos motivos. No mundo contemporâneo, o racismo, o preconceito e a discriminação continuam a andar juntos. A cegueira de muitos em enxergar que ninguém é igual a ninguém, que no mundo há diversos tons de pele e que a religião, a opção política ou sexual é uma escolha pessoal tem carregado essa corrente secular de ignorância até atualmente. Por muitos, o Brasil é considerado o país com a maior pluraridade cultural, racial e afins, estabelecendo assim a ideia de que aqui não existe preconceito e todos são aceitos, mas a verdade é que não é bem assim. Recentemente, no Rio de Janeiro, uma menina de 11 anos foi apedrejada após voltar de um culto de Candomblé. Nas redes sociais, a repórter Maria Julia Coutinho, a atriz Taís Araújo e a cantora Ludmilla foram vitimas de comentários racistas. Ou seja, o Brasil ainda está repleto de donas Inácias e pensamentos da Casa-Grande. Isto posto, há uma necessidade de rever não só a utopia que a sociedade criou em cima das intolerâncias aparentemente ‘’inexistentes’’ no país e começar a agir para que elas sejam combatidas. Leis como a lei Caó que assegura a igualdade racial e religiosa já reside no país, falta somente que elas sejam cumpridas rigorosamente, contando com uma punição justa para aqueles que discriminam e assistência para aqueles que sofrem. Deve haver também a consciência e colaboração das vítimas para registros de boletins de ocorrência para que seja tomada a devida providência. Por fim, o reconhecimento da pluraridade deve ser ensinado e praticado, para que os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade sejam sempre mantidos.