O sincretismo religioso adquirido pelos negros e a catequização dos índios na época colonial foi somente um mecanismo de camuflar e perpetuar a sua cultura no novo local de moradia desses povos retirados de suas tribos e famílias. No entanto, embora essas práticas tenham sido incorporadas na cultura europeia dominante no Brasil, ainda hoje, a questão da intolerância ainda é bastante presente em nossa sociedade. É importante pontuar, primeiramente, o caráter cultural desse tipo de valores sociais. Nesse sentido, com a desigualdade histórica sofrida por esses grupos minoritários, a vigência da discriminação dessas pessoas ainda é real em nossa sociedade, mesmo que de forma latente. Isso permanece como uma espécie de imperativo categórico Kantiano, criando leis morais que segregam quem não as seguem. Prova disso é o caso da menina de 11 anos atingida por uma pedra na cabeça ao sair de um centro espiritualista no Rio de Janeiro. Outrossim, tão prejudicial quanto a intolerância religiosa é a nova onda de polarização política brasileira, que acaba fragmentando os cidadãos em grupos distintos e rivais. Nesse contexto, entre inúmeros valores, a falta de ética nas redes sociais e em debates políticos corrobora para o surgimento desse novo tipo de intolerância e acaba levando isso para as relações interpessoais. Exemplo disso foi o caso ocorrido com o ator José de Abreu que se envolveu em uma discussão política em um restaurante, em que ele foi insultado por alguns clientes e acabou cuspindo neles por conta de divergências de posicionamento ideológico. Fica claro, portanto, que a questão da falta de pluralidade e intolerância no Brasil é um grande problema ainda existente em nossa sociedade. Dessa forma, é indubitável que o ministério da educação invista em conscientização por meio de palestras e debates nas escolas a respeito da diversidade cultural permanente em nosso país. Aliado a isso, a mídia deve por meio de ficções engajadas promover o acesso a história e a cultura dos mais diversos povos, pela apresentação de suas manifestações artísticas, religiosas e político sociais, pois somente assim o problema da desigualdade e da discriminação no Brasil será reduzida consideravelmente.