Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Pluralidade e (in) tolerância no Brasil

Redação enviada em 02/07/2017

Após a ascensão do Iluminismo e da Revolução Francesa, a luta por igualdade ganhou voz nas Constituições do mundo livre, a exemplo dos Estados Unidos e a da própria França. Contudo, indo de encontro ao que se espera de uma humanidade interligada pós-globalização, com acesso a diferentes culturas em apenas um clique, o respeito à diversidade é utópico – a realidade reflete a intolerância e o desejo de excluir da sociedade o que não está dentro do padrão estabelecido. Historicamente, o nomadismo permitiu que a raça humana se espalhasse pelo globo e desenvolvesse aspectos que as diferenciassem. Os fatores locais, ambientais e comportamentais que formavam o ecossistema de cada grupo na Terra criaram uma cultura única, cuja pluralidade tem muito a ensinar uma vez que o olhar do estrangeiro não esteja carregado de preconceitos e intolerância. No caso do Brasil, o processo de estruturação social não só destacou os portugueses, como também a estrutura patriarcal, aristocrática e católica. Consequentemente, a voz do índio, do negro, da mulher e do pobre é ofuscada frente ao domínio do homem branco, o qual tem seu poder instituído por meio de posses, cargos públicos e do papel de provedor que exerce no seio familiar. A fim de assegurar esse domínio, a intolerância surge como fator de segregação. Como exemplo, temos a ex-presidente Dilma Rousseff, a qual teve sua capacidade governamental questionada várias vezes pelo simples fato de ser mulher. Além dela, Joaquim Barbosa foi alvo de inúmeras ofensas, já que a sociedade não pode conceber como um filho de pobres e negro se torna ministro do Supremo Tribunal Federal. Outro fator importante nessa temática é o protagonismo das redes sociais como meio de disseminar ódio. Para o filósofo Pierre Lévy, o mundo globalizado e a expansão do acesso à Internet seriam responsáveis por extirpar as desigualdades étnico-culturais. Contudo, o que se vê é a expansão de um espaço em que o anonimato é usado para reafirmar discursos contra a heterogeneidade social. No intuito de contornar o problema da intolerância no Brasil, é fundamental que as minorias atingidas, como negros, mulheres, homossexuais, entre outros, alcancem visibilidade e possam mudar a opinião do tecido social. Isso pode ser feito por intermédio do trabalho das ONGs, campanhas nas mídias e redes sociais, além do debate dentro de instituições de ensino. Também é válido que o Governo, junto ao Ministério Público, empenhe-se em criar leis mais severas. Assim, caminha-se para constituir uma democracia plena no país.