Irônica. Essa é a realidade de um país que, mesmo tendo sua matriz baseada na miscigenação e pluralidade de culturas, vive um quadro de intolerância. A contínua presença de um sentimento colonial, cujas características eram baseadas no eurocentrismo e na influência da Igreja Católica, ainda marcam, quase que imperceptivelmente aos olhos da população, a sociedade brasileira no século XXI. Em primeiro plano, o etnocentrismo europeu e anglo-saxônico permanece enraizado em nossa cultura. A persistente crença de ter hábitos ditos de países desenvolvidos como centro fundamenta diversas práticas de racismo, como crítica negativa ao modo de vestir, ao tipo de cabelo e às matrizes religiosas de povos africanos, tendo a Igreja Católica papel que fortaleceu esses aspectos, devido a Inquisição, e que não se apagaram até hoje. Outro ponto é o conservadorismo em relação às diferentes orientações sexuais. Muitos brasileiros continuam a ter a tradicional ideia de que só o "estilo de vida" heterossexual é o correto e essa concepção torna a vida de pessoas que não pertencem a esse grupo uma tortura que, na maioria das vezes, leva a casos de agressões físicas e psicológicas ou, até mesmo, o suicídio . Sendo assim, é uma hipocrisia falar que o Brasil é um país de todos em uma sociedade intolerante. Torna-se necessário que o Ministério da Educação forneça programas públicos ou introduza aulas que divulguem sobre as diferentes culturas do nosso país, principalmente, a africana e a Mídia deve, por meio da sua grande popularização, promover documentários, "talk shows" que discutam sobre orientação sexual justamente para quebrar esse tabu e o conservadorismo.