Título da redação:

Intolerância

Tema de redação: Pluralidade e (in) tolerância no Brasil

Redação enviada em 03/07/2017

Necessidade de lei contra a homofobia. Criança apedrejada por causa de sua religião. Denúncias de casos de racismo. Agressões sofridas por apoiar determinado partido político. Essas são cenas de intolerância ainda presentes em um país multicultural como o Brasil. Mesmo não sendo atitudes praticadas por grande parte dos brasileiros, o preconceito vem deixando de ser ações individuais para tornar-se algo de ação coletiva. Em primeiro lugar, é importante destacar que apesar dos benefícios e do potencial das redes sociais em contribuir para uma sociedade mais justa e solidária, ela também favorece a discriminação ao que é diferente. Uma vez que, nessas redes sociais, as pessoas tendem a procurar apenas assuntos que lhes interessam e os algoritmos dessas redes são programados para responder a essa demanda, assim, as pessoas com tendências discriminatórias acabam se encontrando em círculo de interesse comum dentro dessas redes, reforçando, desse modo, os pensamentos intolerantes, passando, então a agirem coletivamente. Nesse sentido, é possível mencionar o aumento da eficiência do grupo terrorista Estado Islâmico em recrutar simpatizantes em todo o mundo pelas redes sociais. Além disso, algumas pessoas de maior destaque e com capacidade de influenciar pessoas acabam, muitas vezes, contribuindo para a divisão da sociedade e, consequentemente, para o aumento da intolerância. Nesse contexto, além de atores, músicos entre outras celebridades, muitos políticos se destacam pela incoerência entre o discurso e a prática. Enquanto discursam pela liberdade de expressão, cospem em outro parlamentar por possuir opinião diferente. Ou ao combaterem a homofobia, também disseminam o ódio contra os religiosos. Desse modo, eles acabam influenciando a formação de cidadãos que renegam a afirmação de Voltaire “posso não concordar com uma só palavra sua, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-la”. Fica evidente, portanto, que a intolerância pode ser agravada caso deixe de ser um caso isolado e passe a ser uma ação social em grupos. Logo, o Ministério dos Direitos Humanos deve regulamentar as redes sociais no Brasil, exigindo que a programação desses sistemas reconheçam círculos de compartilhamentos que possam reforçar a intolerância, fornecendo, assim, opiniões diferentes para aqueles usuários. Contudo, mesmo com essa medida, a sociedade ainda será preconceituosa diante da incompreensão face ao que é diferente. Logo, aliado às mudanças nas redes sociais, a educação nas escolas deve incentivar debates sobre assuntos que apresentam os principais focos de preconceito, apresentando, sempre, pelo menos dois pontos de vista diferente. E, por fim, que esses debates também ocorram, de forma organizada e coerente entre a classe política, influenciado dessa maneira a sociedade.