“O preconceito é um fardo que confunde o passado, ameaça o futuro e torna o presente inacessível”, dizia Maya Angelou, grande poetisa e ativista do século 20.É nesse contexto que se caracteriza a intolerância –práticas discriminatórias, ofensivas e hostis- contra a diversidade étnica e cultural que compõe a sociedade brasileira, com efeito nos impactos socioculturais do país. A grande popularização das redes sociais no últimos anos projetou maiores indícios ao problema da intolerância no Brasil, visto que o anonimato na internet propicia para maior propagação vexatória contra a pluralidade presente no país. Segundo a ONG Safernet, apenas entre os anos de 2010 e 2013, aumentou em mais de 200% o número de denúncias contra páginas que divulgavam conteúdos racistas, misóginos, entre outras formas de discriminação em geral. Assegurados pela Constituição Brasileira, todos são iguais perante a lei, sem distinção de sexo, etnia, trabalho ou convicções políticas. Entretanto, não só no meio virtual como também no dia-a-dia é nítida a hostilidade, onde jovens e adultos são frequentemente vítimas de bullying, discriminação racial e misógina em seu cotidiano, além do infeliz dado que revela que o país lidera as estatísticas de mortes da comunidade LGBT, aponta uma pesquisa realizada pelo antropólogo, historiador e ativista Luis Mott. Em síntese, é necessário a implementação de políticas mais fortes e consolidadas por parte do Governo Federal, como providenciar novas leis que impeça o avanço de práticas discriminatórias no meio virtual, no qual não impossibilite a penalidade contra aqueles que por vias, se escondem no anonimato a fim de propagar a intolerância. Outrossim, traçar estratégias para demonstrar a importância do cumprimento às leis existentes, através de palestras nas escolas e universidades. Do mesmo modo, é fundamental a participação do âmbito escolar e familiar desde a pré-infância a fim de difundir conhecimento acerca da pluralidade brasileira, além da desconstrução de antigos pré-conceitos ainda presentes no meio social. Ademais, é imprescindível também a atuação da mídia através de projetos de conscientização ao respeito pela diversidade étnica e cultural, pois como dizia José Samarago “Tolerar a existência do outro, e permitir que ele seja diferente ainda é muito pouco”.