Título da redação:

Igualdade social e reflexão: caminhos para um mundo mais tolerante à pluralidade

Tema de redação: Pluralidade e (in) tolerância no Brasil

Redação enviada em 10/08/2017

identidade brasileira se caracteriza pela diversidade cultural e étnica. Não existem brancos, pretos, índios, mas sim, um povo miscigenado. De acordo com inúmeros antropólogos e sociólogos, o Brasil se diferencia de outros países, pois foi capaz de promover a integração cultural entre povos de origens distintas. No entanto, após a globalização e o advento das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), é possível observar nas redes sociais que o brasileiro não está tão tolerante e receptivo às diferenças. Cabe salientar que, no curso da história, já houve correntes em defesa do universalismo cultural, que estabelecia determinadas nações como modelo de civilização e outras eram tidas como bárbaras e selvagens. Posteriormente, no combate a tais princípios, surgiu o relativismo, pregando o respeito à diversidade, às diferenças. No cenário atual, muitas pensadores da modernidade e pós-modernidade, como Edgar Morin, acreditavam na transculturalidade, na destruição das barreiras, dos muros e de uma integração entre os povos. No entanto, esse diálogo cultural parece existir, sobretudo, nos discursos políticos e acadêmicos. Na vida real, a segregação, a luta de poderes e a opressão parecem estar ainda mais vivas, embora isso não seja verbalizado. No Brasil, ricos e pobres se isolam em seus universos. Atualmente, as escolas públicas têm como público predominante crianças e jovens negros, que moram em comunidades, em periferias, enquanto que, nas instituições particulares mais renomadas, observa-se a predominância de uma população “branca”. Esses guetos sociais favorecem, indubitavelmente, ao crescimento da intolerância em nosso país. Dessa forma, os sentimentos de tolerância e de respeito não dependem apenas de discursos diplomáticos e de ações interculturalistas, mas sim, eles se constroem em lugares onde há menos desigualdades sociais. Para tanto, é fundamental que os políticos oferecem uma educação pública de qualidade à população, a fim de que crianças e jovens de classes sociais, de culturas e de etnias distintas interajam; troquem experiências; sejam capazes de ir ao Outro, de conhecê-lo além dos estereótipos. Nas escolas, é fundamental igualmente que os professores, educadores, reflitam de forma crítica sobre os“pré-conceitos”sociais a partir de debates, projetos e conferências, para que os alunos sejam capazes de ler o mundo