Título da redação:

Atualidade atemporal

Proposta: Pluralidade e (in) tolerância no Brasil

Redação enviada em 02/07/2017

No livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, uma das últimas frases proferidas pelo defunto-autor é que não teve filhos pois não quis reproduzir a miséria humana. Ao analisar esse pensamento sob os acontecimentos vigentes no Brasil, pode relaciona-lo as inúmeras intolerâncias do país –sendo atos retrógrados, de caráter destrutivo e inercial, a ser combatido. É indubitável que a questão cultural está amplamente ligada a isso. Desde o Brasil colônia, a catequização dos amerídios pelos jesuítas, já podia-se perceber atos de intolerância religiosa, uma vez que os europeus perseguiam os índios e promoviam missões para os converterem ao catolicismo. Nesse viés, o país já se mostra intolerante desde sua colonização, logo, esse mal está impregnado na cultura da sociedade brasileira. Sob outro ângulo é possível analisar que com o crescimento exponencial dos meios de comunicação, a mídia tem pregado estereótipo ideal. Assim como diz o sociólogo Durkheim, a solidariedade mecânica é a sociedade que dita os valores necessários para todos. Congênere a isso, o conteúdo midiático que deveria fornecer conteúdos informativos ou cômicos, dão lugar a propagandas ou programas exaltando algum padrão que deve ser seguido. Dessa maneira, o indivíduo que não acalçar esse bem sofrerá preconceitos, fato comprovado por uma pesquisa realizada pela plataforma digital Comunica Que Muda, analisando que 94% das menções nas redes socias são preconceituosas sobre aparência. Conforme diz Newton em sua teoria da Inércia, um corpo tende a permanecer em seu estado até que uma força atue sobre ele. Sendo assim, para que a intolerância no Brasil seja combatida é imprescindível que a mídia use seu poder de propagar informação para fragmentar o pensamento de estereótipos ideais, medida que pode ser feita com mais implementação de modelos plus size, negros, orientais e homossexuais como protagonistas dos programas. Além do mais, é mister que haja o direcionamento escolar, pelo MEC do estudo das religiões, para que se conheça todas as crenças e finalmente esse mal seja diminuído.