Título da redação:

A riqueza está nas diferenças

Proposta: Pluralidade e (in) tolerância no Brasil

Redação enviada em 03/07/2017

A primeira geração do Romantismo buscava a criação de uma identidade nacional. O país que naquela época era constituído por africanos, europeus e indígenas serviram como base desse projeto. No entanto, a repulsão e a intolerância no Brasil impede que o sentimento de orgulho de sua pluralidade – iniciado pelo movimento ao qual pertencia Gonçalves Dias – perpetue. A superiorização criada pelo choque cultural gera condições de opressão e perseguição. Comparações entre religiões, etnias, políticas e gêneros, geralmente, ao mesmo tempo em que estabelecem um padrão de qual seria o melhor a seguir, negam as demais por questão de soberania e dominação. Seus seguidores adotam esse posicionamento como imutável e verdadeiro. Consequentemente, na medida em que há um afastamento desse dogmatismo a coerção ganha espaço. A Santa Inquisição e a catequese aos índios ilustram a imposição cristã – praticada durante o século XVI – que na Alemanha nazista alcançaria o ápice do radicalismo: o holocausto. A fim de inibir o avanço da intolerância, o governo falha ao investir apenas em leis punitivas ao invés de aderir um cunho social. Ainda que crimes como discriminação sejam considerados graves, o crescente número de atos desse tipo nas redes sociais prova uma situação paradoxal. Além da acessibilidade e a alta exposição, a definição popular que a internet é a terra de ninguém contribui e serve de refúgio a pessoas que insistam em pregar sua posição na sociedade menosprezando os outros – como no caso de atos racistas contra a filha do ator Bruno Gagliasso. Fica claro, portanto, que as diferenças em uma sociedade diversificada desperta o egoísmo e a repressão social por meio de ataques físicos ou psicológicos. Cabe ao Estado, além de promulgar leis, desenvolver e estimular o respeito da integridade a cada comunidade que o compõe. Utilizando-se das escolas, o governo promova semanas de orgulho à diversidade, no qual cada aluno exponha suas crenças e cultura para que todos possam aprender com as singularidades dele. Já a televisão, devido grande adesão, deve estimular seus autores a produzirem novelas que explorem essa temática mostrando o quão natural e agregador torna nosso país aderir esse pluralismo. Sendo assim, a heterogeneidade de uma nação não deve ser visto como algo a ser ocultado, pois é nela que habita a riqueza que caracteriza seu povo.