Já em 1858, a Universidade de Londres possuía a modalidade de ensino por correspondência, não era a única do seu tempo e tampouco foi a primeira a utilizar tal recurso, recurso esse que no Brasil foi introduzida pela radiodifusão, pelo Instituto Universal Brasileiro durante a Segunda Grande Guerra, seguida do programa Telecurso na televisão aberta. O que hoje se conhece por EAD é a modalidade de ensino pela internet que conta com professores capacitadíssimos, aulas dinâmicas, estrutura educacional própria e uma preocupante disseminação de diplomados pelo país. O grande propósito do ensino superior é a de formar especialistas em uma área específica, as escolas que oferecem a modalidade de ensino a distância apresentam uma vantagem àqueles que não possuem disponibilidade de frequentar o ensino presencial, o que democratiza o ensino de maneiras singulares. Essa democratização mostra seu preço quando, em pesquisa de um órgão vinculado ao Ibope, descobriu-se que 4 em cada 10 graduados são analfabetos funcionais, ou seja, tais diplomados até sabem ler textos simples, mas pecam na interpretação e associação de informações, até conseguem realizar cálculos, mas que se apresentam incapazes de raciocínios um pouco mais rebuscados, como o exigido pelo mercado de trabalho, o mundo para onde vão os recém-graduados, que, obviamente, nem sempre são recebidos com braços acolhedores. As empresas se entusiasmam com a massiva quantidade de especialistas no país, projetos são iniciados e centros de desenvolvimento são criados, mas logo se descobre que as qualidades dos profissionais que chegam são insuficientes e os projetos são esquecidos numa gaveta, é o que afirma Gabriel Rico, diretor da Câmara Americana de Comércio. O ensino a distância, se usado devidamente pode sim trazer resultados excelentes ao mercado de trabalho, mas a cultura bacharelesca é uma prática que precisa ser controlada, esse é um dos desafios que o ensino a distância terá que vencer caso queira fazer da internet uma importante aliada na educação daqueles que buscam por conhecimento, do contrário, não passará de outra forma de fabricar diplomas.