O Telecurso 2000 foi o primórdio da educação à distância (EAD), com foco em disciplinas do ensino médio, era transmitido pela televisão, mas também podia ser comprado em formato de CD. Nessa perspectiva, o maior diferencial na atualidade é a internet, porque permite maior autonomia aos estudantes, esse é um dos motivos da ampliação dessa modalidade de ensino. Contudo, o modelo à distância enfrenta desafios, visto que o país ainda não possui uma hegemonia de acesso as tecnologias, além da falta de investimentos nessa categoria de educação. É elementar compreender que as desigualdades sociais refletem no desempenho escolar dos cidadãos, uma vez que as classes de baixa renda não conseguem desenvolver um amplo capital cultural, definido por Pierre Bourdieu, como o conjunto de saberes. Desse modo, lidar com a tecnologia ainda é uma barreira para muitos indivíduos, pois não aprenderam ao longo de sua vida escolar e manipulam, quando possuem acesso, com dificuldade. Ademais, é necessário destacar que um outro empecilho é a falta de conexão à internet, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 63 milhões de pessoas ainda estão offline, ou seja, excluídas. O ensino à distância, apesar das dificuldades, é uma modalidade em expansão no Brasil, de acordo com o Censo da Educação Superior, um em cada cinco estudantes matriculados no ensino superior estuda a distância. Tal cenário, permite maior ingresso as universidades, porém é importante que o conteúdo e o método pedagógico mantenham a qualidade do ensino. Um dos aspectos para aprimorar, por exemplo, é aumentar o número de encontros presenciais em cursos que necessitem de aulas práticas, como no caso de pedagogia, que se faz necessária a interação com outros indivíduos para completa experiência. Por conseguinte, a educação à distância no país é uma atividade promissora que tende a aumentar o acesso à educação. Cabe, portanto, ao Ministério da Ciência e Tecnologia, desenvolver parcerias com empresas privadas, como a Huawei para implantação de tecnologias que ampliem os serviços de internet. Ainda assim, em parceria com as Secretarias de Educação, esses podem proporcionar aulas e workshops, para estudantes e toda a sociedade sobre maneiras eficazes de manipular os equipamentos eletrônicos. Outrossim, o Ministério da educação deve aprimorar a legislação sobre o EAD, com o propósito de nivelar o ensino e definir o mínimo de aulas presenciais, em cursos que são necessários. Com essas medidas o acesso se dará de forma mais democrática.