Título da redação:

Beleza fabricada

Proposta: Padrão de beleza e sociedade.

Redação enviada em 22/05/2015

Na concepção hegeliana um padrão de beleza é formado por uma construção histórico-social. Desse modo, a beleza varia conforme o tempo e o lugar. Atualmente, ter um corpo de acordo com os modelos de capas de revistas é sinônimo de felicidade e aceitação. No entanto, com o alcance que a mídia tem na sociedade hoje, decidir sobre padrões é se submeter aos ideais perversos de consumo impostos por ela. Em primeiro lugar, é válido analisar o protótipo de beleza e sua influência nos indivíduos. Intrinsecamente ligada e cultuada pelo ser humano, os padrões artísticos já variaram muito ao longo do tempo, até serem totalmente quebrados pelos movimentos vanguardistas europeus e pelo Modernismo no Brasil. No plano estético, Marilyn Monroe e Elisabeth Taylor, por exemplo, por volta dos anos 40, eram consideradas ícones femininos com suas curvas acentuadas e seus cabelos encaracolados. Hoje, no entanto, a mídia e a própria sociedade elegem como ideal corpos esbeltos e torneados. E seu controle é tão perverso que muitos caem em cirurgias arriscadas e procedimentos estéticos visando um modelo praticamente inalcançável. Além do mais, o estigma de apenas um modelo corporal perfeito é benéfico para alguns setores. Uma vez que vivemos em um mundo capitalista, os desejos e interesses são produzidos em massa. Para a indústria do consumo é mais fácil padronizar os gostos, pois, assim, promovem o consumo desenfreado. Tais práticas apenas estimulam mais ainda a imprudência de quem não aceita estar fora do contexto. Dessa maneira, doenças como depressão, anorexia e bulimia passam a fazer cada vez parte da sociedade contemporânea, carente de autoestima e felicidade. Fica evidente, portanto, a necessidade de se refletir sobre essa representação corporal que nos é imposta a cada dia. O primeiro passo deve ser dado pelo próprio indivíduo, sendo mais flexível consigo mesmo e libertando-se dessa visão limitada de beleza. Aceitar-se é um processo de evolução. Na esteira desse movimento, deve estar o apoio dos agentes sociais. A escola precisa levantar esses questionamentos e debater sobre os estigmas corporais. A mídia, por sua vez, deve assumir a sua responsabilidade enquanto formadora de opinião e promover uma reflexão aprofundada sobre o assunto. Quem sabe assim, poderemos nos afastar da definição conceitual de Hegel e nos libertarmos da beleza fabricada.