Devido ao processo de massificação das mídias ao longo dos anos, é possível perceber, na sociedade contemporânea, uma supervalorização da beleza física. Além de estabelecer um padrão quase inatingível, essa constante preocupação com a estética desperta um sentimento consumista e afeta a autoestima dos cidadãos que buscam encaixar-se nesses parâmetros. A indústria da beleza, em sua maioria, tem colocado o jovem como o seu principal consumidor, pressionando-o a seguir um determinado estereótipo que lhe garantirá aceitação perante um grupo. Para influenciar os indivíduos a adquirirem esses produtos, os meios de comunicação têm dedicado espaços cada vez maiores aos setores de cosméticos e de alimentação. Essas propagandas veiculadas na mídia estão a todo o momento tentando vender a população aquilo que não está disponível nas prateleiras: a aceitação pessoal. Dessa forma, ao perceber o quanto a beleza considerada ideal está distante de ser alcançada, o indivíduo entra em um estado de insatisfação com a sua própria imagem que acarreta na queda da sua autoestima e – em casos mais graves – a depressão. Além disso, os cidadãos que são vítimas dessa coerção social tendem a excluírem-se do convívio com os demais e, muitas vezes, recorrem a métodos de controle alimentar que podem ocasionar diversos distúrbios, como a bulimia e a anorexia. Mediante esses fatores, é possível perceber o quanto a supervalorização da beleza física é prejudicial para a sociedade. É fundamental que, para promover o respeito à diversidade, o Ministério da Educação invista em disciplinas que destaquem as relações humanas e acrescente ao currículo escolar a realização de teatros ou debates bimestrais que busquem desconstruir os padrões estéticos. Ademais, seria interessante que o governo criasse uma legislação que estabelecesse os limites para a adulteração de imagens nas mídias sociais. Por fim, é necessário que o Sistema Único de Saúde (SUS) passe a oferecer atendimento médico e psicológico especializado no tratamento de distúrbios alimentares.