Se durante a Pré-História a tão conhecida ‘’ Vênus de Willendorf’’ era considerada um exemplo de beleza do período, hodiernamente o tipo corporal representado por tal está bem longe de atender ao que a mídia implanta como ideal. Apesar de sempre ter existido representações do ‘’belo’’ durante a história da humanidade, nos dias atuais essa percepção está se tornando algo que se assemelha à uma ditadura, em que todos devem se basear nos estereótipos apresentados para serem aceitos socialmente. Dessa maneira, perante a intensa padronização da beleza no mundo atual, tem se tornado cada vez mais frequente o número de pessoas que buscam incessantemente se encaixar nos padrões difundidos como adequados, desencadeando diversas patologias graves. A ânsia frenética em saciar o próprio ego em busca do corpo perfeito é motivado pela alta persuasão e influência que os veículos de comunicação exercem na mente dos seres humanos a respeito dos moldes corpóreos considerados exemplares. Diante disso, pessoas de todo o mundo, em especial jovens, se submetem a inúmeros procedimentos cirúrgicos em prol do tão almejado talhe impecável, realizando lipoaspirações, colocando silicone, botox ou, então, fazendo dietas radicais. Contudo, ao sujeitarem-se aos processos citados anteriormente, os riscos para a saúde aumentam, podendo levar à bulimia, anorexia, depressão e, em situações mais críticas, pode levar à morte, como foi o caso do famoso ‘’Ken humano’’. Outrossim, basta caminhar em ruas e avenidas de qualquer cidade que será possível encontrar diversas propagandas espalhadas com lindas modelos –que, por vezes, tem suas fotos editadas por programas computacionais- divulgando mercadorias que, em sua maioria, prometem ao consumidor eliminar gorduras, remover estrias e celulites ou rejuvenescer a pele em um curto espaço de tempo. A partir daí pode-se verificar que, estabelecer arquétipos julgados como sinônimos de perfeição são grandes aliados de indústrias de cosméticos, têxteis e farmacêuticas para aumentarem seus lucros. Ao imporem um protótipo sublime, os indivíduos procurar se encaixar neles a partir do consumo das mercadorias ofertadas que, quase sempre, custam caro. Logo, para enfrentar esse impasse, é inexorável que o Poder Público efetue uma maior inspeção sobre o que é publicado e divulgado pelos canais de comunicação, inibindo, caso necessário, campanhas publicitárias que sejam ofensivas e que reafirmem esses modelos. Ademais, instituições de ensino e ONG’s, juntamente com psicólogos, devem promover debates de maneira lúdica e de fácil compreensão para evitar que, futuramente, mais pessoas sofram com os problemas gerados por essa obsessão em atingir os estereótipos expostos constantemente no meio social.