É chocantemente óbvio o poder de influência da indústria da beleza nas sociedades. Através da mídia que dissemina freneticamente os idealizados padrões estéticos, escravos destes tem sido cada vez mais comuns numa realidade onde ser natural deixou de ser normal. Em vista disso, a supervalorização do corpo perfeito estampa nas sociedades um teatro de mentes e corpos enfermos dirigidos por rédias midiáticas. No Brasil, por exemplo, segundo dados do IBGE, o brasileiro gasta mais com beleza do que com comida. A auto-rejeição das mulheres de seus reflexos em frente ao espelho, instiga o consumo desenfreado por produtos vinculados a beleza, que se renovam a cada dia, promovendo um ciclo vicioso e escravista na tentativa de sanar as insatisfações. Nesse contexto, a ditadura da beleza se firma pelo culto ao corpo perfeito, fomentando não somente a busca pelo inatingível, mas determinando também as formas de relacionamento vigentes. Por conseguinte, a figura feminina antes considerada como o sexo forte pelas lutas por liberdade de expressão, participação política e independência financeira, tornou-se hoje o sexo frágil, manipulado e enfraquecido pela necessidade exacerbada de se adaptar aos modelos estéticos. Dessa forma, são frequentemente acometidas por complicações graves como: anorexia, bulimia e depressão, podendo ser fatais, promovendo assim, a deterioração plena de si mesmas. Evidencia-se, portanto, a necessidade de ONG's pressionarem as mídias através de ações estruturais que visem a manutenção dos valores propagados em uma sociedade, delimitando também o poder da publicidade sob os cidadãos nela inseridos. Dessa maneira, aos poucos desconstruiremos o teatro midiático de corpo e mente enferma para corpo e mente sã, aproximando-se assim de um cenário mais natural e saudável.