Título da redação:

Alienados nas mãos da beleza idealizada

Proposta: Padrão de beleza e sociedade.

Redação enviada em 21/06/2015

Mulheres e homens têm se tornado alvo fácil da indústria dos cosméticos. Pregando uma beleza empacotada, as fábricas impõe a ditadura da moda, do culto ao corpo e da graça inalcançável. Muitos são os produtos que levam cidadãos, que mais podem ser considerados a vazios, a consumirem infinitamente mais para se adequarem ao rígido protótipo criado pela mídia. Desde a Revolução Industrial, a mulher ganhou voz e vez no mercado de trabalho, entretanto, essa evolução para o sexo feminino tem regredido com o passar dos anos, visto que essas que conquistaram espaço com tanto custo, hoje são escravizadas pela esfera que tanto buscaram. Empresas lançam produtos que prometem a beleza inalcançável e reproduzem o padrão de beleza em cada embalagem, lançando artefatos novos a cada minuto, incentivando o consumo baseado na obsolescência programada e indução dos consumidores que buscam ser iguais ao rótulo. Segundo uma pesquisa divulgada pelo site “Saúde Plena”, apenas 4% das mulheres se consideram belas. A arte greco-romana do século VIII a.C, baseada na perfeição, equilíbrio e harmonia tem saído das telas de pintura e adentrado a sociedade por meio da mídia de modo efêmero, mas perigoso: anúncios apelativos e imperativos, novelas e programas, levam muitas pessoas a buscarem o inatingível sonho de se transformarem nos modelos propostos pela arte greco-romana. Os homens não estão imunes a esse processo, tendo, inclusive, vários produtos e casas de beleza direcionados a eles, de uma maneira que os torne mais atrativos e agradáveis diante da sociedade. Independente da dor, a beleza se tornou uma meta para grande parte da humanidade: cirurgias plásticas (não se importando com os riscos), academias desde muito cedo (o que tem roubado a infância de crianças e adolescentes, que trocam brincadeiras para cuidar do físico), dietas malucas, roupas apertadas; tudo isso para se enquadrarem no padrão “mulher sarada, torneada, bronzeada e com roupas de marca” ou ainda “homens com músculos sobressaindo à camisa, barriga de tanquinho, cabelo impecável”. Depressão. Medo. Desconforto. São esses os principais sentimentos sentidos por quem não se encaixa no modelo midiático de perfeição corporal, tendo, para isso, que usar técnicas nada saudáveis como a bulimia ou anorexia para perder peso. Com relação a isso, a autoestima virou algo utópico para quem tem mais peso do que as modelos dos desfiles, a aceitação de como se é, algo evitável já que se pode melhorar, a beleza, um produto que pode-se comprar nas prateleiras de supermercado e farmácias. Em suma, a sociedade virou alienada, marionetes nas mãos da mídia e da beleza, o que precisa ser combatido já. Por meio de ações governamentais, propagandas que conscientizem a sociedade a não consumirem todos os artefatos que prometem beleza instantânea devem ter mais força do que o padrão do corpo perfeito, além da mudança de valores, como aceitação, autoestima e valorização da beleza interior. Pessoas que conseguiram “se libertar” dessa prisão cultista devem mostrar sua força na ajuda de pessoas que são escravas da bulimia e anorexia, além de cartilhas serem distribuídas pelo governo e própria sociedade que denunciem os prejuízos tanto físico quanto mentais da busca incansável pela beleza inatingível.