Segundo o sociólogo alemão Adorno, a mídia é manipuladora de massas e a cultura por esta difundida impede a formação de indivíduos autônomos. Assim, podemos perceber que os padrões de beleza estabelecidos a partir dos meios de comunicação são rapidamente absorvidos pela sociedade e leva a população ao desígnio de alcançá-los, ocasionando prejuízos físicos e psicológicos. Desde a Antiguidade, os padrões estéticos encontram-se em modificação de acordo com o contexto social do período. Desse modo, a partir do século XX, ao adquirir certa autonomia a partir do direito de planejamento familiar e inserção no mercado de trabalho, as mulheres passaram a ser alvos dos veículos comunicativos, em que estes passaram a divulgar produtos de beleza e vender novos projetos estéticos a partir da exibição de modelos magras, lançado-as no meio midiático. A partir disso, aquelas passaram a absorver esse paradigma como objetivo de vida e isso levou a situações de prejuízos à autoestima, dietas alimentares rigorosas e ao desenvolvimento de doenças como a bulimia e a anorexia. Dessa forma, ao buscar alcançar os paradigmas estéticos estabelecidos pela mídia, muitas pessoas, principalmente mulheres, passam por terríveis situações, como: distúrbios alimentares, como acontece na anorexia; indução ao vômito, como no caso da bulimia; repressão social por não alcançarem tais modelos e até mesmo tentativas de suicídio. Com isso, é possível perceber que a indústria da moda e da beleza está contribuindo para a deterioração física e mental da coletividade, sendo esta reforçada pelo comportamento social instigado pelos meios informacionais. Nessa perspectiva, é importante uma quebra paradigmática da visão de beleza estabelecido atualmente na sociedade, que deve ser realizada a partir da criação, por parte do Poder Público, de fóruns de discussão com a participação de antropólogos e sociólogos, importantes influências na formação de caráter dos indivíduos, que promovam a ruptura de um único arquétipo na indústria estética, favorecendo a ideia da beleza individual. Além disso, é importante que anúncios publicitários sejam desenvolvidos para romper com a ideia de ser aceito pela beleza, valorizando o bem estar social por outras vias, como a amizade, o bom convívio e o trabalho como forma de ascensão social.