Com o advento da Revolução Técnico-Científica, áreas como a engenharia e a ciência foram aprimoradas e unidas para dar origem ao que chamamos de Engenharia Genética. Juntamente com a maximização dos lucros do sistema capitalista, esta deu origem às sementes transgênicas, uma semente geneticamente modificada resistente contra agrotóxicos e com o dobro do tamanho natural. Porém, estudos sobre as consequências do consumo de transgênicos são recentes e de difícil acesso à população, o que facilita uma monopolização destes produtos. Alternativas ecológicas e saudáveis como a agricultura familiar acabam deixadas em segundo plano. Primeiramente, a estrutura fundiária brasileira caracteriza-se por sua concentração de terras nas mãos de grandes latifundiários, dificultando o acesso à terra de pequenos produtores, estes adeptos de uma produção natural e sustentável. Devido ao pouco acesso da população à informação e a esmagadora quantidade de produtos transgênicos, a agricultura familiar é pouco explorada em prol da monocultura. Além da naturalidade dos produtos ausentes de agrotóxicos, a produção familiar não causa assoreamentos de rios, desmatamento da biodiversidade ou o uso de queimadas diferentemente da Fronteira Agrícola e de sua produtividade tecnológica. Entretanto, para atingir os interesses da bancada ruralista e dos grandes produtores de grãos, o consumo é direcionado para os produtos transgênicos através da omissão de informações. Muitas das embalagens não possuem o rótulo de que são geneticamente modificadas e principalmente dos prejuízos que estes podem causar, como a degeneração do código genético posteriormente. Além do descaso com o consumidor, a omissão de dados fere a liberdade de escolha do indivíduo direcionando-o ao produto de maior facilidade de acesso em um voto à favor das políticas de produção dos transgênicos. Portanto, é necessário rever o modo como os produtos transgênicos estão sendo postos das prateleiras dos mercados, ou seja, sem os dados necessários que todo produto de riscos à saúde deve ter. O código de defesa ao consumidor deve ser posto em ação para prevenir a omissão de informações cruciais na decisão de compra. Além disso, o Governo Federal deve estimular o consumo de produtos orgânicos através da criação de campanhas nacionais em favor do apoio à agricultura familiar. Dessa forma a diversificação de produtos e a transparência da realidade por trás dos transgênicos libertariam os consumidores de escolhas desinformadas e dariam uma chance aos produtores que estão em segundo plano, os quais foram esquecidos pela lógica capitalista.