Título da redação:

Geração T

Tema de redação: Os transgênicos no Brasil e a problematização do acesso à informação

Redação enviada em 09/10/2015

Arraigada tornou-se, nos últimos anos, a discussão a respeito da produção e venda de alimentos transgênicos em solo brasileiro. Apesar de promover o avanço da indústria alimentícia, a transgenia pode afetar a saúde dos consumidores em longo prazo -o que não é divulgado nos rótulos dos produtos- . Logo, é possível afirmar que tal técnica tem se tornado um atentado ao livre arbítrio do comprador. A eclosão da revolução industrial no século XIX permitiu a modernização das ferramentas de trabalho, o que atingiu também o âmbito agrícola. Em uma nação que, desde o período colonial, tem a agricultura como principal impulsionadora da economia, nada mais coerente que o aperfeiçoamento da biotecnologia. Essa promoveu a recombinação de genes de bactérias e plantas, permitindo o surgimento de espécies resistentes a pragas e com frutos mais suculentos, bem como o maior aproveitamento da plantação pelos produtores. Exemplo disso é a larga produção de milho e soja transgênicos, que ocupam mais da metade das áreas plantadas do Brasil e abastece grande parte do mercado. Contudo, até então o desenvolvimento dos OGMs – organismos geneticamente modificados – só trouxe benefícios aos grandes empresários que os vendem, já que nas etiquetas desses produtos é omitida a informação do uso de técnicas de recombinação genética durante sua produção, o que deixa o cliente final sem a opção de comprar um alimento normal ou modificado, ferindo seu livre arbítrio. Tal fato se torna um problema maior na medida em que a incerteza sobre os efeitos futuros no organismo humano aumenta: ainda é desconhecida pela ciência se a ingestão de transgênicos pode estimular o aparecimento de algum tipo de câncer ou problemas gastrointestinais. Faz-se, portanto, de suma importância que o freguês tenha informações detalhadas a respeito dos alimentos a sua disposição. Desse modo, o Governo Federal deve implantar órgãos fiscalizadores que só permitam a venda de produtos transgênicos caso esteja devidamente especificado ao comprador, nas embalagens, os potenciais riscos de consumi-los, bem como a promoção de campanhas pela mídia que levem à população o conhecimento da existência da transgenia, seus benefícios e malefícios, fazendo assim com que o Brasil tenha uma população consciente do que põe na mesa.