O cultivo de plantas transgênicas é uma realidade bastante recente no Brasil. Por este motivo, ainda não se sabe exatamente quais são os efeitos, a longo prazo, do seu consumo pelo ser humano. Percebe-se, também, que a informação “contém transgênicos” não está explicitamente contida em rótulos de alimentos, por exemplo, mas qual seria a importância de estar? A soja, o milho e o feijão são alimentos amplamente consumidos no país e já tiveram o cultivo de sua variedade transgênica liberado. Porém, ao contrário do feijão, consumido praticamente apenas in natura, a soja e o milho estão muito presentes em alimentos industrializados, sob a forma de óleos, farinhas, etc., cuja presença só será notada caso sejam lidas as letras miúdas da lista de ingredientes. Desta forma, se a própria presença destes componentes não é algo nada destacado pela indústria, menos ainda o é o fato de estarem utilizando transgênicos na produção de alimentos, bem como em rações utilizadas na criação de animais para consumo humano. Não há advertências que ganhem destaque em embalagens, afinal, ao contrário do cigarro, por exemplo, que já tem os efeitos de seu consumo bastante conhecidos, ainda não é possível apontar riscos trazidos pelo consumo de destes alimentos geneticamente modificados. Possivelmente, é deste fato que vem tal negligência, não se sabe sequer quais conseqüências esta falta de informação está omitindo. Sendo assim, é de extrema importância que haja maior circulação de informações sobre o emprego de transgênicos na produção de alimentos, para que possa ser dado às pessoas o direito de escolher se irão ou não se expor a riscos até o momento desconhecidos.