Título da redação:

Bioética em cheque

Tema de redação: Os transgênicos no Brasil e a problematização do acesso à informação

Redação enviada em 07/10/2015

Controle do fogo. Criação da roda. Um foguete espacial leva o homem à lua. Alimentos são geneticamente modificados. Todas essas tecnologias mostram a capacidade do homem, ao longo da história, frente à natureza. E, na era contemporânea, uma dessas tecnologias vêm sido discutida, são os transgênicos, mais precisamente sobre seu uso na alimentação. Se por um lado, o aumento significativo na produção agrícola é um dos argumentos dos defensores, por outro, as suspeitas quanto aos danos à saúde é um dos levantamentos dos que se opõem. Em meio à tanta divergência, a certeza inquestionável, é que é papel político, e mais ainda bioético, informar inteiramente ao consumidor sobre os prós e contras desta questão. É preciso pontuar, de início, que diferente da variabilidade genética, os transgênicos recebem genes de espécies diferentes. E essa nuança aplicada à agricultura permite a produção de uma maior quantidade de alimentos (gerando assim mais lucros), mais nutritivo e com menos agrotóxicos. Por esses possíveis benefícios, tal inovação é, erroneamente, vinculada a solução para a fome no mundo. Especulação equivocada, afinal de contas, a fome não é decorrente da falta de alimentos, mas sim, da má distribuição atribuída a eles, o desperdício global é prova disso. É importante ressaltar, ainda, que apesar menos agrotóxicos, o uso de pesticidas devido a transgenese está aumentando. Haja vista, cada vez mais as pragas estão ganhando resistência a eles, mecanismo facilmente explicado pela teoria Darwinista de Seleção Natural. Esse fator, contribui diretamente com possíveis alergias e intolerância em indivíduos que irão ingerir, além de outros problemas fisiológicos. Nesse sentido, ao invés do assunto ser abertamente discutido, para que o público possa ter o poder de escolha, um projeto de lei pretende deixar mais branda a sinalização dos transgênicos diante do consumidor, entregando-o um alimento velado, o que caracteriza um retrocesso, uma vez que, o principal afetado, positivamente ou negativamente, por esses produtos seja, também, quem mais merece saber sobre a procedência de cada um deles, tendo em vista que somente uma pessoa bem informada, poderá discernir, conscientemente, que escolha fazer. Torna-se claro, portanto, que as melhores medidas a serem tomadas são as que priorizam a informação. Se informação é conhecimento, e conhecimento é poder, logo, informar é repassar o poder de escolha para o consumidor. Nesse âmbito, nas aulas de laboratório escolar esse assunto deve ter, além de uma abordagem biológica, uma discussão também social sobre seus efeitos. Em consonância, a mídia deve informar com bastante frequência aos telespectadores, sobre os malefícios e benefícios dos geneticamente modificados e, ainda, incentivar o cultivo de hortas caseiras. Dessa forma, a bioética será alcançada em seu sentido mais amplo, a ciência aliada ao benefício, isto é, o bem comum.