Desde o surgimento da agricultura, o homem passou a desenvolver métodos de cultivo que possibilitaram, cada vez mais, o aprimoramento da produção de alimentos. Nesse contexto, foram criados, a partir da Revolução Verde na década de 1970, os transgênicos que, apesar de utilizados de maneira intensiva no ambiente rural brasileiro, têm causado discussão quanto ao desconhecimento da população a respeito dos possíveis riscos que tais organismos possam acarretar à saúde humana. Referente a isso, torna-se importante esclarecer essa problemática. Segundo a corrente filosófica materialista de Francis Bacon, o homem deve intervir em diversos âmbitos da natureza, de tal forma a utilizá-la a serviço do bem estar e do progresso da sociedade. Nesse sentido, a ciência, por intermédio da engenharia genética, possibilitou o desenvolvimento dos Organismos Geneticamente Modificados (OGM's), cuja produção ocorre a partir do cruzamento de genes de diferentes espécies, com o intento de melhorar a composição nutricional dos alimentos, bem como elevar a produtividade. Essa tecnologia é comumente difundida no Brasil, em especial no cultivo de soja e em produtos industrializados, fato, muitas vezes, omitido pelas empresas. O problema surge, no entanto, da necessidade que o consumidor possui de obter informações acerca da natureza dos alimentos. Em virtude da técnica de transgenia ainda ser recente, as pesquisas científicas não revelam de forma clara os reais efeitos que ela provoca no organismo humano, a longo prazo. Há estudos que afirmam que possíveis cânceres podem estar relacionados ao consumo de transgênicos. Diante dessas circunstâncias, é preciso asssegurar que a indústria alimentícia informe a sociedade a fim de garantir a liberdade de escolha do cidadão. Portanto, é notório a relevância dos transgênicos no cenário agrícola do Brasil. Assim, para o esclarecimento da população, é de suma importância que o Poder Legislativo crie leis específicas para exigir que as empresas informem, nos rótulos dos produtos, a origem genética desses. Ademais, seria interessante que a gestão pública destinasse recursos financeiros aos centros de pesquisas das universidades, com a finalidade de investigar os possíveis danos advindos dessa inovação tecnológica.