A ciência é um processo dinâmico, que constantemente apresenta mudanças. À título de exemplo, o inseticida DDT foi utilizado em larga escala após a Segunda Guerra Mundial, em que tal substância era jogada próxima a casas em forma de ''nuvens de pesticida''. Na década de 1970, vários países proibiram o seu uso, visto que essa prática, antes considerada indiferente pela medicina, foi concebida como algo maléfico à saúde. À luz desse fato, o consumo de transgênicos pode acarretar problemas que ainda não estão evidentes e a omissão dessa possibilidade é um atentado à ética. A História é pródiga quanto à atitudes que prezam pelo individual em detrimento do bem estar de outro ser. Nessa perspectiva, entidades, como a Bayer, possuem uma visão utilitarista da natureza e da humanidade, haja vista que ambos são meros instrumentos para a conquista do objetivo dessas empresas: lucro. Dessa forma, há uma tendência de se omitir informações referentes aos possíveis males advindos de consumo de organismos geneticamente modificados, uma vez que isso poderia repudiar possíveis clientes. Logo a falta de ética implica a coisificação dos seres, transmutando-os em meios para se atingir fins individualistas. Outrossim, a falta de pesquisas bem sucedidas que explicitem as consequências no consumo de tais produtos a longo prazo evidencia que a geração atual se encaixa no conceito de cobaia. Conquanto, ampla parcela da população não tem consciência sobre essa sua atual circunstância. Em síntese, o Estado, como gestor administrativo, necessita instituir novas leis que obriguem as empresas a não só colocar o símbolo do transgênico em mercadorias desse tipo, mas também uma informação sucinta que informe o consumidor sobre os possíveis problemas provindos em sua utilização. Ademais, a educação deve desconstruir a visão utilitarista da natureza e da humanidade por meio de aulas que abordem os temas da ética e da bioética nas escolas, a fim de direcionar a geração futura rumo a uma consciência ecológica e humana mais consistente. Enfim, a sociedade, por intermédio da elite cultural, deve elucidar a população sobre os possíveis riscos no consumo de transgênicos , com o intuito de fomentar pressões coletivas que exijam alternativas mais seguras de empresas no que tange à esfera alimentícia.