Historicamente, mulheres e crianças compõem, majoritariamente, o quadro estatístico de vítimas da violência doméstica no Brasil, esta compreendida como a agressão física e/ou psicológica contra o agente passivo da relação. A cultura machista enraizada na sociedade e a dificuldade em punir o crime são fatores que alavancam as ações criminosas de familiares em desfavor de seus entes próximos, promovidas, na maioria das vezes, por homens. O medo e o silêncio são elementos que fortificam o abuso nas relações, "desarmando" a vítima ao passo que desenvolvem a intensidade e frequência das agressões. O resultado desse catastrófico evento num médio ou longo prazo é o surgimento de danos psicológicos permanentes na vida do parente. A atuação do Poder de Polícia do Estado se mostra ineficaz, já que não há uma redução efetiva nos casos de violência doméstica no País. Diante do exposto, a competência da União e os demais entes federativos é colocada em xeque, pois as suas atuações positivas são um dever legal constitucionalmente previstos no artigo 3° da Carta Magna. Em suma, torna-se imprescindível uma reforma estrutural nos órgãos de segurança pública dos estados, priorizando regiões com maior índice da violência, sem deixar de lado as ações socioeducativas que devem estar presentes nas mídias televisivas, com intuito de fomentar a busca por ajuda e despertar a esperança de que pode haver justiça. O novo Ministério da Economia deve providenciar um plano orçamentário participativo, promovendo a democracia e conscientização social, para aumentar o quadro de servidores e postos de atendimento especializado no combate à violência contra menores e mulheres, com um respaldo nos postos de saúde que tenha como objetivo acrescentar psicólogos para tratar e acompanhar o trauma presente na vida dos lesionados.