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Redação sem título.

Tema de redação: Os relacionamentos abusivos em questão no Brasil e seus fatores impulsionadores

Redação enviada em 01/11/2018

Na história da evolução dos Direitos Humanos, na esteira do iluminismo, que Kant definiu como o "fim da servidão humana", as três primeiras gerações de direitos tem como enfoque liberdade, igualdade e fraternidade. No Brasil, muitas mulheres sofrem com relacionamentos abusivos que ferem de diversas formas sua liberdade individual, integridade física e paz interior, constituindo também uma afronta à igualdade de gênero nas relações cotidianas. Nesse sentido, o rompimento da cultura patriarcal, principal responsável por naturalizar esses abusos, deve ser um objetivo a ser perseguido para solucionar o problema. Primeiramente, é válido salientar que, apesar de existirem na Constituição Federal leis que garantam a liberdade individual, a igualdade entre os sexos e integridade física ao sexo feminino, uma mulher é assassinada a cada duas horas no Brasil de acordo com dados o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, sendo que muitos casos não são denunciados ou ficam sem solução. Não obstante, a filosófa francesa Simone Weil, ao dizer que "o direito de um é a obrigação de um terceiro", nos dá um caminho válido para combater as agressões às mulheres, sejam elas físicas ou emocionais, dentro de um relacionamento, isto é, as pessoas conscientes de abusos que acontecem com amigas ou parentes devem se mover para impedi-los, denunciando-os, fazendo-se cumprir a lei. Mas, cabe a ressalva, isso só é possível houver uma educação direcionada para o cumprimento da lei. Em segundo lugar, percebemos que a esfera cultural é outra frente de batalha muito importante, pois o patriarcalismo ainda é forte no Brasil, o machismo, por ser institucionalizado, é algo que a própria mulher não percebe ao observar passivamente o comportamento agressivo do parceiro na convivência cotidiana. Dessa forma, munindo-se do pensamento de Antonio Gramsci, filósofo italiano, que pregava a subversão dos padrões da sociedade por meio de uma revolução progressiva na cultura, surge a necessidade de combater os relacionamentos abusivos através das escolas e da mídia, de forma a despertar a consciência de classe nas mulheres. Urge, portanto, que a sociedade civil esclarecida exija do Estado, que atuará através do Ministério da Cultura e do Ministério da Educação, a promoção de debates nas escolas e universidades, públicas ou particulares, que serão realizados periodicamente por psicólogos, sociólogos e demais profissionais da educação, com convite aos pais dos alunos, objetivando elucidar os participantes sobre a importância de preservar o direito à integridade física e emocional da mulher, incentivando-os a cumprirem a lei, fiscalizando e denunciando os casos de abuso. A mídia, por sua vez, através da divulgação de pesquisas, debates e campanhas publicitárias, deve ter um papel importante na revolução feminista sob os auspícios do gramcismo, com a finalidade de mudar progressivamente a mentalidade da sociedade no que se refere à cultura patriarcalista, com a finalidade de diminuir os casos de agressão despertando a mulher para sua própria condição na sociedade e fazendo o homem ter consciência dos seus privilégios.