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Redação sem título.

Proposta: Os relacionamentos abusivos em questão no Brasil e seus fatores impulsionadores

Redação enviada em 10/10/2018

O Brasil é palco de uma alta taxa de crimes que tem as mulheres como principais vítimas, consequentes de relacionamentos abusivos ainda muito presentes na sociedade contemporânea. No filme "Entre segredos e mentiras", a protagonista vive o drama de um casamento marcado por violências psicológicas e físicas, no entanto, fora das telas essa é uma realidade de muitas brasileiras. Pode-se entender esse cenário a partir da construção histórica social, baseada na supremacia de um gênero pelo outro. Segundo Sigmund Freud, o ser humano tem uma inclinação ao litígio, ou seja, contrapor pontos de vista. Contudo, a mulher tende a sofrer a imposição do seu parceiro, caracterizando dessa forma relacionamentos abusivos. Esse cenário pode ser exemplificado com a atual tragédia da advogada jogada do quarto andar de seu prédio durante uma briga com seu namorado no Paraná. Ou seja, o sexo feminino, mesmo após anos de lutas pelo seu espaço e pelo seu respeito, ainda é vítima da cultura machista pregada durante muitos séculos no país, a qual o homem vê no sexo oposto não um sujeito, mas sim um objeto que deve estar sob sua posse, dessa forma, não aceita suas vontades e liberdades, o que o leva a reprimir de todas as formas. O indivíduo é produto da sua sociedade, já defendia Durkheim. Isto é, há machismo porque a sociedade se constituiu com base nisso. A mulher não era considerada cidadã, apenas no Governo Vargas na década de 30 que essa classe conseguiu o direito do voto, quer dizer, em um país com mais de cinco séculos de existência, o sexo feminino tornou-se visível em pouco menos de 100 anos, é um histórico desfavorável que determina a luta contínua como forma de alcançar respeito e autonomia. Logo, os relacionamentos repressivos representam a necessidade de desenvolver uma moral que elimine o machismo desse meio social. O filósofo clássico Aristóteles já dizia, "O ser humano nasce amoral e deve por isso ser educado para tal", assim sendo, a solução para a problemática parte desse pressuposto. É preciso que o Ministério da Educação (MEC) inclua nos calendários escolares debates e palestras sobre respeito e liberdade, por meio da parceria com ONGs que lutam em prol das mulheres, a fim de moralizar os indivíduos e com isso desfazer essa cultura que gera opressão de um gênero pelo outro. Destarte, a realidade de filmes como "Entre segredos e mentiras" estará apenas no passado como lembrança de superação de uma sociedade doentia para uma que ilustre o respeito de todos por todos.