Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Os relacionamentos abusivos em questão no Brasil e seus fatores impulsionadores

Redação enviada em 06/10/2018

Durante a Idade Antiga, um dos principais filósofos, Aristóteles, disseminava a ideologia que dizia que a mulher, por sua graça, deveria ficar em casa cuidando dos afazeres do lar, enquanto o homem exercia seu papel de cidadão, visto que a ela não tinha intelecto tão desenvolvido quanto o homem. Hodiernamente, após milênios e diversos movimentos e conquistas feministas, boa parte da sociedade verde e amarela ainda aceita e impõe essa ideologia, levando a problemáticas como relacionamentos abusivos de esfera social. A priori, é inquestionável a existência de relacionamentos abusivos no Brasil, aliás, segundo o jornal O Globo, cerca de 99% desses tem a mulher como vítima. Nesse sentido, cabe analisar quais são os fatores que impulsionam esse imbróglio. Dessa forma, nota-se, além da ideologia já citada, a dificuldade que algumas mulheres têm em perceber que estão vivendo um relacionamento abusivo, visto que cresceram em meio ao patriarcado e muitas já vivenciaram agressões, seja física, moral ou psicológica, em suas casas. Sendo assim, essas mulheres crescem achando que todos os relacionamentos são abusivos e que isso é normal e, se por ventura ocorra algum tipo de agressão, elas mereceram. Desse modo, muitas nem mesmo registram acusação contra o companheiro, impulsionando, então, relacionamentos abusivos. Outrossim, há a impunidade quanto ao abuso dentro do relacionamento. Então, mesmo com a criação da Lei Maria da Penha, muitos casos ficam impunes e isso se deve a ineficiência das delegacias e Poder Judiciário. Dessa maneira, assim como relatado no G1, há diversos casos em que a mulher vai à delegacia, e lá pressionam-na perguntando se quer mesmo ir a frente com a denúncia, fazendo com que desista da acusação e, consequentemente, dias após é encontrada morta por seu companheiro e esse responde, em liberdade, por um processo que durará anos e no final, se condenado, passará aproximadamente seis meses preso e estará livre para agredir e abusar outras mulheres. Tem-se então, uma forte tendência a expansão dos casos de violência nos relacionamentos. Nesse ínterim, torna-se evidente que os relacionamentos abusivos no Brasil apresentam entraves que necessitam ser revertidos. É essencial, portanto, que se acabe com a ideologia de inferiorização da mulher. À vista disso, faz-se necessário que a escola, como atuante na formação de caráter do cidadão, ministre palestras, com auxílio do MEC e do Ministério dos Direitos Humanos, acerca da valorização da mulher como cidadã de direitos e deveres iguais aos dos homens, e que seja aberta tanto aos alunos, como à comunidade, com o fito de fazer entender que a mulher deve ser respeitada por todos, sem que haja homem supondo possuir poder sobre ela, quer seja seu companheiro, ou não. Destarte, busca-se mitigar, ou até eliminar, a problemática de forma a acabar com a ideologia de Aristóteles.