Apesar da Constituição Federal do Brasil de 1988 garantir direitos fundamentais ao cidadão, algumas mulheres tem o direito de ir e vir revogados por parceiros. Nesse viés, elas são vítimas de um relacionamento abusivo que tem raízes culturais. Entretanto, paradigmas ruins sempre estarão sujeito à mudança e o Brasil deve proteger suas cidadãs. É indubitável que o ser humano reproduz aquilo que a sociedade já faz, logo, uma sociedade machista que objetifica a mulher está sujeita à reprodução alienada de determinados hábitos, seus reprodutores não questionam se aquilo é certo ou errado, apenas fazem o que já é feito. Em exemplo disso existe um conto popular chamado "paradigma do macaco", onde cinco macacos estavam em uma jaula juntos com um cacho de bananas, conforme algum macaco tentasse pegar as bananas, os outros sofriam com choques, então, todos os macacos batiam em nele. Todos esses macacos foram sendo substituídos um a um, e, sempre que um novo macaco tentasse pegar a banana, os outros o surravam. Até que, todos os macacos na jaula eram novos e nenhum mais levava choque, entretanto, quando algum tentara pegar as bananas, todos o agrediam, mesmo sem saber o motivo. Portanto, a reprodução social tem grande influência para a existência de relacionamentos abusivos e desconstruir o paradigma machista é indispensável. É importante salientar que uma vítima de uma relação abusiva não necessita sofrer violência física, apenas o controle psicológico basta para caracterizar como abuso. Ninguém pode persuadir outra pessoa em suas escolhas. Porém, o parceiro da vítima por enxergá-la como objeto, pressupõem que tem o direito sobre ela e restringe suas escolhas, como aonde ir e o que vestir, restringindo o direito dela de ir e vir livremente. Esse paradigma machista pode levar ao feminicídio, ou seja, a morte pelo simples fato de ser mulher, barbárie que não pode acontecer mais. Assim, segundo Heráclito de Éfeso, "nada é permanente, salvo a mudança". Por isso, medidas devem ser tomadas pelo combate ao relacionamento abusivo e todos seus males. Destarte, cabe ao Ministério da Educação realizar campanhas educativas nas escolas, composta por palestras mensais e materiais didáticos aos alunos e pais, a fim de informar e educar os indivíduos e desconstruir o atual paradigma machista. Também cabe aos familiares e amigos de vítimas, que por medo não denunciam, não se ocultarem de qualquer situação abusiva, devem denunciar à polícia que tomará as medidas legais para a apuração do caso. Tais medidas promoverão o combate dos fatores impulsionadores de relacionamentos abusivos.