A teoria sociopolítica de Karl Marx afirmava que as relações de trabalho capitalistas transformaram o homem em objeto. De forma semelhante, os relacionamentos abusivos transformam as vítimas em objeto de dominação dos abusadores. Hodiernamente, noticiam-se casos nos quais essas relações interpessoais acabam em violência física, das quais as mulheres são as mais vulneráveis. Um fator impulsionador desse tipo de violência é a própria sociedade. Dados do IBGE mostram que 52% da população restringe o abuso nos relacionamentos à agressão física, descartando o abuso psicológico, por exemplo. Isso indica uma falta de conhecimento sobre o assunto por parte da sociedade, que acaba não denunciando quando esses abusos ocorrem, permitindo que eles se perpetuem. Somado a isso, há a omissão do Estado. O portal "O dia" atestou que dos mais de 4500 casos denunciados de agressão física a mulheres, somente 300 foram enquadrados como transgressão à lei Maria da Penha. Este fato comprova a ineficiência do Governo em proteger vítimas de violência, permitindo que os agressores não sejam punidos de forma justa. É necessário, portanto, que se atenue o problema. Cabe ao Ministério da Educação instruir os brasileiros sobre o que configura um relacionamento abusivo, realizando palestras e seminários em escolas públicas e privadas, a fim de que a população oriente-se sobre o assunto. Deve-se ainda tornar mais rígidas as leis de proteção às vítimas de abuso doméstico, aumentando o tempo de prisão dos agressores, para que se alcance a justiça. Dessa forma, consegue-se um país melhor.