O relacionamento abusivo, caracterizada não somente pela violência física, mas também verbal e principalmente psicológica, tem sido um problema assombroso na sociedade brasileira, sobretudo na vida de milhares de mulheres. Tal problemática carrega consigo um grande peso histórico, na qual há mais de dois mil anos a concepção de superioridade masculina sobre o gênero feminino já era imposto socialmente, perceptível até mesmo nos pensamentos expostos do grande filósofo Aristóteles, o qual acreditava que “ A mulher é nada mais que um homem mutilado”. O desejo de “controlar” seu parceiro e “tê-lo para si” caracteriza os relacionamentos abusivos atuais, dando espaço ao ciúmes e possessividade exagerada. Esse comportamento, geralmente, inicia de modo sutil e aos poucos ultrapassa os limites causando sofrimento e mal-estar à vítima. No entanto, na maioria dos casos, a vítima acaba não se reconhecendo em uma situação emergencial ou até mesmo ausenta-se de coragem para denunciar seu agressor. De acordo com uma recente pesquisa realizada pela Data Senado, 30% das mulheres disseram não confiar nas leis e nas medidas sociais formuladas para protegê-las da violência. O relacionamento abusivo juntamente com o machismo ainda presente socialmente, pode influenciar a vida das vítimas reforçando mitos de inferioridade, de incapacidade, de necessidade de dependências, deturpação da própria imagem e autoestima, tornando sua personalidade permissiva. Além dos traumas, a pessoa pode desenvolver medo de relacionar-se novamente. No entanto, apesar de reconhecer a necessidade de ajuda, 90% das vítimas ainda se questionam se tal abuso teria sido sua culpa ou do agressor devido aos grandes transtornos psicológicos como consequências de tais relações. Dessarte, é notável que tal problema emerge soluções imediatas. Nesse sentido, cabe ao Governo Federal e o Ministério da Educação, investir em palestras, informativos virtuais e medidas educacionais com o objetivo de mudar e reeducar o pensamento social, de tal forma, viabilizando o acesso à todos os públicos através de comerciais de TV e até mesmo a capacitação de instrutores em instituições em prol de auxiliar vítimas a reconhecerem tais relacionamentos abusivos e encorajá-las a denunciarem seus agressores. Outrossim, é de suma importância que as uniões de poder dos três setores elaborem e executem leis que assegurem justiça e apoio às vítimas, promovendo segurança às mesmas e transformando aos poucos a sociedade brasileira atual.