Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: Os relacionamentos abusivos em questão no Brasil e seus fatores impulsionadores

Redação enviada em 27/09/2018

A publicação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, feita pela ONU em 1948, garante a todos os indivíduos o direito à liberdade, igualdade e dignidade. Todavia, não obstante, a ascensão de relacionamentos autoritários, no Brasil, com ênfase na figura feminina como vítima, põe em xeque o bem-estar social proposto pelo documento. Desse modo, convém analisar as questões que motivam a problemática, bem como caminhos para combatê-la. Cabe pontuar, em um primeiro plano, que a educação é fator essencial no desenvolvimento de uma sociedade. Nesse sentido, o sociólogo Pierre Bourdieu classificou o processo de socialização em duas etapas: “habitus primário”, caracterizado pela interação familiar, e “habitus secundário”, descrito pelas relações sociais com outras instituições. Nesse viés, quando a educação advinda da primeira etapa é deficitária, ou seja, marcada pelo machismo – fruto de uma herança patriarcal -, encontra-se, na segunda fase, os relacionamentos abusivos, os quais são definidos pela reificação do gênero feminino. Diante disso, vê-se que as relações marcadas pela arbitrariedade são reflexos da diminuta educação oriunda da primeira etapa do método de socialização. Vale ressaltar, ainda, a manipulação como propulsora da persistência de relacionamentos abusivos no cenário hodierno. Nessa sequência, o sociólogo Karl Marx atribuiu à ideologia de que “o trabalho dignifica o homem” a causa da alienação da classe operária, no século XVIII. Sob esse ângulo, é possível afirmar que as promessas, por parte dos agressores, de que a violência física e/ou emocional não ocorrerá novamente, operam como manipulação e contribuem para a alienação das vítimas. Logo, nota-se o uso da ideologia, pelos agressores, para a promoção da postura inercial das vítimas. Infere-se, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de posturas que visem à construção de um mundo melhor. Nessa perspectiva, é mister a atuação das instituições escolares na disseminação da isonomia inerente aos cidadãos, por meio do estudo dos fundamentos da Magna Carta, com palestras e debates ministrados por professores de sociologia e advogados, a fim de desconstruir o machismo arraigado na sociedade brasileira. Outrossim, é essencial a atuação da mídia, por intermédio das redes televisivas, na propagação das características dos relacionamentos abusivos, com a divulgação, também, de recursos que viabilizem o contato das vítimas com ouvidorias anônimas, visando o estímulo à denúncia. Só assim, com a aplicação de mecanismos exitosos, suplantar-se-á o machismo no país e, consequentemente, a existência de relacionamentos autoritários.