Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: Os relacionamentos abusivos em questão no Brasil e seus fatores impulsionadores

Redação enviada em 27/09/2018

Relacionamento abusivo é aquele que predomina o excesso de poder sobre o outro, é o desejo de controlar e limitar o parceiro. Pode acometer relações de todos os gêneros, porém, no Brasil, as mulheres são as maiores vítimas, devido aos longos anos de uma cultura machista que ainda é predominante no país. Com isso, é difícil controlar essa situação, afinal a sociedade persiste na ideia de culpabilização das vítimas, além da grande morosidade dos processos jurídicos contra os agressores, gerando ainda mais desconforto e insegurança no ato da denúncia. Identificar um relacionamento desse tipo nem sempre é fácil, visto que a violência psicológica muitas vezes é confundida com excesso de cuidado. Além disso, existem vários tipos, como, abusos verbais, configurado por agressão verbal, abusos físicos e psicológicos. Segundo dados na ONU, três a cada cinco mulheres já foram vítimas de relacionamentos abusivos e a cada 100 mil mulheres, 4,8 morrem no Brasil vítimas de tal barbaridade, chamada de feminicídio. Observa-se dessa forma, a necessidade da sociedade ficar atenta aos sinais de abusadores a fim de denunciar, ligando para o 181, e ajudar a pessoa que está passando por situações de risco. Hoje, não cabe mais aquela máxima de " em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher". Por conta dessa naturalização do comportamento possessivo fica mais complicado entender como sair do relacionamento. Diante disso, o psicólogo Reginaldo Renzi, explica que, a pessoa que entra e permanece nesse tipo de relação normalmente está fragilizada, não tendo forças para buscar ajuda. Alguns pensamentos, como, "relação é assim mesmo", "tenho minha parcela de culpa", "todos vão me julgar", contribuem com a permanência nesse envolvimento amoroso. Outro fator que merece destaque, é a vagarosidade dos órgãos públicos em julgar os processos dessa natureza, somado a falta de destreza em casos de descumprimento de medidas protetivas. Em consequência disso, o Data Senado publicou, em 2013, que 30% das mulheres disseram não confiar nas leis e nas medidas formuladas para protegê-las da violência. Diante do exposto, é fundamental que atitudes sejam tomadas. Cabe ao Ministério da Educação, formular e aplicar campanhas socio-educativas a fim de se criar adultos conscientes da igualdade entre homens e mulheres, dando fim a esse sentimento de posse e superioridade. Outra forma, é o Poder Judiciário dar prioridade aos inquéritos enquadrados na lei Maria da Penha, concedendo medidas protetivas de urgência, respeitando às peculiaridades de cada caso, para garantir a integridade física e psicológica da vítima sobrevivente. E também, designar ajuda psicológica para os agressores, pois percebe-se que na maioria dos casos eles também são vítimas do contexto social desigual.