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Redação sem título.

Tema de redação: Os relacionamentos abusivos em questão no Brasil e seus fatores impulsionadores

Redação enviada em 26/09/2018

Embora o século XXI esteja sendo marcado por inúmeros avanços sociais e de gênero, os relacionamentos abusivos ainda são destaque nos índices de violência brasileiros. Segundo pesquisas do instituto DataPopular, cerca de 25% dos brasileiros, em especial do sexo feminino, já sofreram ou conhecem pessoas que sofrem com os abusos em seus relacionamentos. Certamente tais índices são reflexos da mentalidade historicamente construída pelo povo brasileiro e também pela falta de investimentos por parte do Estado. Em primeiro lugar, é indiscutível que a violência e opressão sofridas pelas mulheres em relacionamentos amorosos são consequências do patriarcalismo construído ao longo da história do Brasil. Conforme defendido pelo sociólogo francês Michel Foucalt, as relações de poder são práticas construídas historicamente e, portanto, no caso brasileiro, o fortalecimento da figura masculina no papel político e econômico, desde o período colonial, acabou fortalecendo os abusos de poder e as violências em âmbito doméstico. Assim, com o avanço na luta pelos direitos das mulheres, os relacionamentos abusivos entraram em voga apenas na história recente e, para seu combate, ainda é necessário transpor muitas barreiras culturais. Nesse contexto, a implantação de leis, como a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio, são essenciais para o combate dos abusos físicos e mentais sofridos por mulheres nos relacionamentos. Entretanto, mesmo que ambas as leis visem diminuir a violência doméstica, o Brasil ainda é, conforme dados das ONU, o quinto colocado no número de feminicídios, fato que demonstra a fragilidade do sistema de proteção às mulheres existente. Além do mais, a falta de investimento do Estado é evidente visto que, de acordo com o IBGE, apenas 7,9% dos municípios brasileiros possuem delegacias especializadas no atendimento às mulheres, dificultando a efetividade das leis. Em suma, são necessárias ações para o efetivo combate dos relacionamentos abusivos em território nacional. Primeiramente, cabe a União e aos municípios o arranjo de parte das verbas públicas para a criação de novas delegacias de atendimento às mulheres em todos os municípios brasileiros para a aplicação das leis existentes. Ademais, cabe ao Ministério da Educação, em parceria com as escolas, incluir na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) a discussão a cerca de todos os tipos de violência, expondo causas e consequências, por meio de peças de teatro e eventos no ensino fundamental e, também, palestras no ensino médio e superior. Apenas dessa forma a mentalidade brasileira e as relações amorosas poderão evoluir e contribuir para um verdadeiro avanço social.