Relações são sempre complicadas sejam elas amorosas, familiares ou profissionais, e convém a civilidade humana facilitá-las. Todavia, o mínimo desequilíbrio em qualquer um dos lados dessa relação, comumente resulta em abuso, e atualmente, o ambiente mais propício para a ocorrência deste é o lar e suas maiores vítimas são as mulheres. Seres humanos são complexos, diferentes e divergem em opiniões e crenças e é fundamental ressaltar que antes do afeto por alguém, é necessário colocar-se em primeiro lugar e estar ciente de que realmente é um relacionamento sadio. Normalmente é comum associar relações de abuso as ocorridas com casais entretanto, o cenário pode não ser esse e o abuso pode ainda se mostrar presente em outras formas de relação. Independente do meio no qual ocorra, as características do abusador são quase sempre as mesmas, ou seja, é ele quem manipula, controla, provoca situações humilhantes para a vítima e a faz sentir-se mal. Indivíduos presos em relações como essa podem realmente adoecer e não é fora do comum a baixa auto estima e a insegurança evoluírem para depressão e ansiedade. É imprescindível falar abertamente sobre todas as formas de abuso e demonstrar o quanto cada uma delas pode afetar a vida das vítimas porém, há um tipo em específico que deve ser alvo de maior atenção, especialmente por seus índices mostrarem-se muito maiores do que os demais: é o abuso contra a mulher. Segundo a OMS, o Brasil ocupa a 7º posição entre as nações mais violentas para as mulheres, e a ausência de dados precisos atrelada a ineficiente política de segurança no país fazem com que os indicativos da violência contra a mulher sejam alarmantes, tanto dentro do lar quanto fora dele. E a violência doméstica é demasiadamente preocupante, especialmente por ser acompanhada de uma relação mais íntima com o agressor, o que dificulta a separação e, muitas vezes, quando esta ocorre já é tarde demais especialmente porque pode ser acompanhada da morte do parceiro. É preciso encarar a questão dos relacionamentos abusivos como um problema a ser resolvido em conjunto por todos os segmentos da sociedade. É de fundamental importância a atuação de programas sociais que visam a proteção e o tratamento psicológico das vítimas, também é essencial maior rigorosidade por parte dos órgãos de segurança quanto ao cumprimento de leis e medidas restritivas. Escolas e mídia também devem atuar na conscientização de alunos e família quanto a denúncia de agressores e prevenção de futuros casos.