A sociabilidade do ser humano é, comprovadamente, seu maior método de autopreservação, visto que garante seu estilo de vida e assegura sua descendência. Interações sociais voluntárias, como no âmbito familiar, no entanto, não raro se mostram relações de dominância entre cônjuges, perpetradas pelo machismo e violência - seja ela física ou emocional -, e que abrem espaço para o adoecimento coletivo da sociedade. O filósofo iluminista Rousseau, em sua obra “Contrato Social”, afirma que a mais antiga e natural das sociedades é a família. Inserido numa cultura intrinsecamente sexista, porém, é comum que o indíviduo veja mulheres como seres que lhe devem obediência, transformando, assim, o conceito de companheirismo entre casais em uma subserviência unilateral. Outrossim, outros fatores motivadores são o ciúme e o sentimento de posse sobre o parceiro. Comportamentos maliciosos, coercitivos, passivo-agressivos ou abertamente agressivos são indicadores de uma relação tóxica e, se relevados, podem levar à morte. Urge, portanto, que o Governo Federal, por meio do Ministério dos Direitos Humanos e Ministério da Justiça, formule políticas e diretrizes voltadas à proteção e tratamento de vítimas de relacionamentos abusivos, bem como promova, através de veículos de informação, conhecimento acerca de comportamentos tipicamente abusivos, bem como familiarização com leis de proteção à mulher e tratamentos psicológicos disponibilizados pelos órgãos de saúde. Destarte, o Brasil poderá usufruir, finalmente, de um núcleo familiar estável.