Relações opressivas entre indivíduos ou grupos estão presentes na cultura brasileira de inúmeras formas. Assim sendo, a abundante existência de relacionamentos abusivos na atualidade reflete um machismo não circunstancial - mas estrutural - na sociedade, que - por suas diversas consequências - deve ser combatido veementemente pela população. Ao se fazer uma análise de contextos históricos do país, percebe-se com clareza a permanente presença de relações desequilibradas de poder. Desde a escravidão, passando por regimes de democracias deturpadas, o Brasil sempre teve suas bases institucionais calcadas em dominação. Essa discussão, no entanto, diz respeito a um contexto amplo da problemática, sendo diversas as suas vertentes mais restritas, entre elas, o racismo, a homofobia e - evidentemente - o machismo. Levando isso em consideração, por ser recorrentemente oculto no cotidiano, esse machismo tem gerado efeitos como os altos índices de feminicídio, crime esse praticado na maioria das vezes pelo parceiro das vítimas. Dessa forma, a violência contra a mulher está deveras associada a relacionamentos abusivos, que - baseados na opressão - caracterizam-se por fazer das vítimas reféns de uma dependência afetiva ou financeira, mesmo que muitas vezes ilusória. Esse tipo de violência geralmente começa de forma psicológica, progredindo para agressões físicas e até mesmo o assassinato. Muito já foi feito para reverter esse quadro, a própria Lei Maria da Penha foi um importante passo rumo a uma eventual igualdade de gênero no Brasil. Ainda assim, levando em conta especificamente os relacionamentos abusivos, são imprescindíveis medidas para coibir as atuais e alarmantes estatísticas. Em suma, é necessário que, em uma parceria entre o Governo Federal e os meios de comunicação, seja colocado em prática um maior incentivo às denuncias dos casos de abuso. Dessa forma, ao tratar do tema com maior recorrência nos veículos de comunicação, por meio de campanhas e afins, torna-se possível promover maior conscientização social.