Título da redação:

Em Briga de Marido e Mulher se Mete a Colher?

Tema de redação: Os relacionamentos abusivos em questão no Brasil e seus fatores impulsionadores

Redação enviada em 27/01/2019

Na história das sociedades ao redor do mundo, a mulher é sempre tida como personagem secundário. Tal configuração faz com que haja uma ideia de superioridade do gênero masculino, o que leva à relações entre casais ser tratada como um vínculo de posse, em que a mulher deve, supostamente, estar à mercê das vontades do marido. O machismo estrutural instalado no Brasil, pode ser percebido em vários casos, como, por exemplo, quando um estupro é noticiado e geralmente há a culpabilização da vítima, com comentários que justificam o ato pelas vestimentas da mulher no ocorrido, ou mesmo o fato de ela estar andando sozinha em um horário noturno. No ambiente doméstico, o machismo estrutural brasileiro atribui à mulher funções específicas, como por exemplo de "dona de casa", e faz com que o trabalho de lavar roupas e cozinhar seja exclusivo de um gênero, como se houvesse um contrato de serviços entre marido e esposa, em que a função de uma é fazer a rotina doméstica, e o do outro seja "trabalhar fora". Os fatores que motivam a violência doméstica e relacionamentos abusivos têm inúmeras origens, a destacar-se o senso de controle. O homem, para se sentir "no comando", impõe suas vontades de forma violenta (seja verbal ou fisicamente), de maneira com que a mulher fique oprimida pelo medo em relação à sua integridade física ou mesmo da unidade de sua família. Leis específicas para a violência doméstica, como a Lei Maria da Penha, têm se mostrado como um resguardo importante para a segurança das mulheres nos lares brasileiros, porém penas brandas e descumprimento de ordens de restrição muitas vezes levam à reincidência dos crimes e aumentam as chances de feminicídio. É necessário minar a estruturação de práticas machistas no cerne das casas brasileiras. Para isso, o Governo Federal por meio de Ministérios, deve garantir acompanhamento psicológico específico para mulheres que estejam em relacionamentos abusivos e desejem ter uma válvula de escape, e, em casos em que a companheira decida perdoar o agressor, deverá ser obrigatório o acompanhamento da rotina familiar periodicamente feito por um assistente social e psicólogos, que traçarão desvios de comportamento na relações familiares e serão responsável por alertar autoridades competentes. A cultura machista foi construída a milhares de anos, e será difícil revertê-la em curto prazo, porém nós como sociedade devemos colaborar para que haja segurança ao menos nos lares brasileiros. Em briga de marido e mulher se mete a colher, sim.