Título da redação:

A objetificação da mulher brasileira

Tema de redação: Os relacionamentos abusivos em questão no Brasil e seus fatores impulsionadores

Redação enviada em 30/11/2018

Levantamento feito pela Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social (SSP-DF) mostra que no primeiro semestre deste ano foram registrados 7.169 casos relacionados à lei Maria da Penha. O número é o maior desde 2013. Analisando este levantamento, é nítida a problemática da violência doméstica na sociedade brasileira. Mas, quem pensa que isso se deve somente à violência física, está enganado. Um dos fatores impulsionadores desses dados é, também, a violência psicológica em uma relação abusiva, dado que a maioria dessas agressões surgem por parte do homem, que geralmente desenvolve uma relação de posse com a parceira e a objetifica. Tendo isso em vista, é de suma importância analisar soluções a fim de obter relações mais saudáveis no cotidiano brasileiro. Em primeiro plano, é importante analisar como a educação sexual surge como um tabu na sociedade brasileira. Muitos pais possuem "vergonha" ou acham uma atitude vulgar educar seus filhos de modo a respeitarem seus parceiros quaisquer que sejam. De acordo com pesquisa do jornal O Globo, 41% dos jovens não conversam sobre sexo com seus pais. Mas educação sexual não se trata somente de educar literalmente sobre sexo. Envolve também educação em relação a relacionamentos e como eles devem ser conduzidos para que possamos ter respeito de ambas as partes. Como esse assunto de fato é deficitário, esse tipo de problema acaba aumentando os casos de relações abusivas e de feminicídio, como foi observado anteriormente. Não porque o homem é " uma criatura maléfica que quer acabar com as mulheres" , mas sim porque não teve a educação necessária para tratar sua parceira de igual para igual. Vimos, então, como é importante a educação sexual em nosso dia a dia. Cabe observar também a ineficiência do Estado em proteger as mulheres desse tipo de relação. A Constituição Federal nos assegura diversos direitos, entre eles o direito à proteção qualquer que seja seu gênero, sua raça e sua etnia, mas na prática vimos que isso não ocorre. Muitas mulheres ficam com medo de denunciarem essas agressões físicas e psicológicas por se sentirem coagidas por esses parceiros, fato que demonstra como o Estado é falho para com essa problemática. Uma mulher, atualmente, que sofre com esse tipo de relação, sente medo do agressor começar a agir de forma mais agressiva ainda após a denúncia, visto que o Estado é omisso em dar a devida segurança para essas vítimas. Fica claro, então, como o Estado é incapaz de averiguar essa situação e combater essas horríveis agressões. Faz-se notório, nesse cenário, que medidas devem ser tomadas a fim de diminuir os altos índices de relacionamentos abusivos no Brasil. O Ministério da Segurança Pública com o Ministério dos Direitos Humanos devem, por meio de palestras em escolas e em locais públicos, educar a população de como uma relação abusiva é maléfica para o agressor, para a vítima e para a sociedade, visto que os crimes enquadrados na lei Maria da Penha só aumentam, de modo a garantir relacionamentos saudáveis para qualquer cidadão brasileiro.