Em 1948, a ONU, ao observar os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial, promulgou a Declaração Universal dos Direitos Humanos que garante, como fundamento básico, a dignidade humana. Entretanto, hoje, alguns indivíduos não utilizam esse princípio na prática. Nesse sentido, ao analisar a crise na Venezuela, a não aceitação dos venezuelanos em situação precária, por parte do governo e da população, é prejudicial ao pleno Estado Democrático de Direito. Em primeiro plano, essa postura contraria a Carta Magna vigente. Segundo a Constituição Federal de 1988- norma de maior jurisdição do país- o Estado é obrigado a garantir o minimo necessário à sobrevivência dos cidadãos dele por intermédio do princípio de equidade. De fato, a ausência desses direitos aos imigrantes poderá estimular a busca por ganhos alternativos, como subempregos, prostituição ou, em pior dos casos, a criminalidade. Dessa forma, o diálogo entre povo e governo é preciso para impedir que o Brasil seja o maior prejudicado. Outrossim, o impacto cultural deve ser analisado. Conforme a filósofa Hannah Arendt- na obra "Banalidade do mal"- todos os seres humanos são capazes de praticar o mal. Certamente, a xenofobia imposta da população local aos imigrantes é um empecilho a estabilidade desses no país. Contudo, a formação histórico-cultural do Brasil mostra que uma das riquezas da nação é a diversidade cultural, assim, a integração desses venezuelanos incrementaria a ideia de identidade brasileira. Com efeito, cabe à sociedade a desconstrução da afirmação de Hannah Arendt. Fica claro, portanto, que a inclusão desses imigrantes pode trazer benefícios ao país. Assim, cabe ao Governo Federal, por meio do Legislativo, criar leis para implantação de ações afirmativas aos venezuelanos. Ademais, as escolas, por intermédio dos professores de história e filosofia, devem estimular o conceito de empatia com aulas complementares sobre os diferentes povos da América. Com essas medidas, o documento proposto pela ONU se tornará mais próximo da realidade.