Conforme o filósofo Aristóteles, a felicidade individual é uma consequência do coletivo pleno. Essa ideia pode estar relacionada com os refugiados da Venezuela , a partir do momento em que há no Brasil cerca de 40 mil venezuelanos em situações precárias, o que contribui para a desarmonia, insegurança e miserabilidade social. Por isso, cabe discutir tal problemática e seus efeitos na sociedade moderna. Em primeiro plano, vale salientar que o sociólogo Zygmunt Bauman afirma que uma crise migratória desenvolve na sociedade um verdadeiro pânico moral, ou seja, o medo de que algo terrível possa ameaçar o bem-estar da população. Assim, nota-se que esse pensamento une-se a questão dos venezuelanos, desde o instante em que a grande explosão populacional desses indivíduos no território brasileiro, principalmente no estado de Roraima, vem sobrecarregando os diversos serviços sociais já tão precários, como a saúde e a educação. Desse modo, há uma insatisfação e insegurança popular acerca desses refugiados, visto que devido a atual crise econômica vivenciada pelos brasileiros, o país não apresenta condições de oferecer abrigo para os venezuelanos. Outrossim, a Lei de Migração brasileira, em seu Artigo 3º, garante ao refugiado o direito a moradia e seguridade social. Não obstante, há um grande número de famílias venezuelanas que vivem em situação de mendicância. Observa-se, que para um imigrante adquirir residência temporária, é necessário pagar uma taxa de mais de trezentos reais por pessoa, o que acaba inviabilizando a efetivação desse mecanismo. Por consequência, muitos acabam se instalando em locais públicos, como praças e igrejas, e mendigando em sinais, supermercados e bancos, o que contribui para a perenidade do quadro de extrema pobreza vivenciado por esses. Logo, perante o exposto, é evidente que a crise migratória dos venezuelanos é uma realidade preocupante e que merece a devida atenção dos diversos órgãos governamentais. Sendo assim, torna-se mister que o Governo realize projetos baseados na distribuição de alimentos nos diversos locais onde os venezuelanos estão instalados, a fim de amenizar a grande miserabilidade em que eles estão vivendo e de proporcionar à esses ao menos uma refeição ao dia. Ademais, compete ao Ministério da Justiça uma maior efetivação dos direitos dos imigrantes, proporcionando a esses residências temporárias a preços irrisórios e disponibilizando de uma maior quantidade de escolas e hospitais para que assim, esses tenham o cumprimento da seguridade social. Desta maneira, a plenitude aristotélica será alcançada.