Título da redação:

De uma crise para outra

Proposta: Os refugiados da Venezuela em território brasileiro

Redação enviada em 08/10/2018

Movimentos migratórios são muitos comuns no Brasil e no mundo. Fluxos internos em busca de melhores condições financeiras e sociais, fuga de períodos de seca, entre outros, são frequentes dentro do território nacional. Contudo, a partir de 2011, uma exorbitante quantidade de refugiados venezuelanos veio para o Brasil em busca de auxílio, porém, devido a problemas de gestão de saúde e moradia, o que acabam por encontrar é uma nova crise. Em primeira análise, cumpre salientar que, dados da Acnur, demonstram que mais de 30mil refugiados se encontram em situação ilegal no país. Tal número, acaba por sobrecarregar o já falho sistema de saúde brasileiro, principalmente em regiões fronteiriças como Roraima. Sendo assim, além da falta de hospitais, equipamentos e profissionais, o grande número de venezuelanos que chegam no país, na maioria das vezes necessitando de tratamentos médicos que não encontram em seu país devido à crise, contribui ainda mais com a saturação de hospitais. Dessa forma, além de não prover um auxílio de qualidade aos refugiados, brasileiros também acabam tendo seu direito à saúde negados. Também convém lembrar que no início da crise na Venezuela, o número de refugiados que chegava ao país conseguia ser absorvido pelas cidades fronteiriças. Contudo, com o crescente número, tais cidades não conseguem mais prover moradia para todos, o que faz com que a maioria se encontre em situação de rua no Brasil. Ademais, a dificuldade para a entrada no mercado de trabalho brasileiro, faz com que a maioria não encontre trabalho, e consequentemente, não tenha condições de se deslocar para outras áreas do país em busca de moradia e locais sem a saturação fronteiriça. Desse modo, o acesso a moradia é ainda mais difícil. Depreende-se, portanto, que a fim de prover um refúgio de qualidade para o grande número de venezuelanos no país, o Governo Federal, em união à ONU, deve investir na saúde das regiões fronteiriças, com o aumento no número de Unidades de Pronto Atendimento (UPA), contratação de mais médicos e compra de mais equipamentos, permitindo o acesso a um tratamento de qualidade que não comprometa o direito dos brasileiros. Ademais, em união às ONG's, projetos tendo em vista a moradia devem ser criados e executados, como cursos profissionalizantes que os ajudem a entrar no mercado de trabalho, transporte coletivo gratuito de famílias para outras regiões do país que não se encontram saturadas, e criação de abrigos em regiões fronteiriças, tudo isso com o intuito de possibilitar uma moradia que não seja a rua, e não transformar a vida de tais refugiados em uma transição de uma crise para outra.