Título da redação:

De portas abertas

Tema de redação: Os refugiados da Venezuela em território brasileiro

Redação enviada em 30/03/2018

Muito se tem discutido, recentemente, acerca da questão migratória de refugiados em escala global. A partir de 2010, observou-se o fluxo migratório de haitianos e sírios, que começavam a fugir dos horrores da guerra civil. A partir de 2015, os venezuelanos começaram a cruzar a fronteira brasileira, em busca de melhores condições de vida. Diferentemente da Europa, o Brasil procura acolher os refugiados que procuram a nação verde e amarela. Entretanto, no atual contexto político e econômico, os venezuelanos encontram dificuldades para estabelecerem-se. A baixa no preço do petróleo, em 2010, provocou o recuo econômico de diversos países que exportam o ouro negro, incluindo a Venezuela. A morte de Hugo Chávez, em 2013, instaurou uma crise política que, por sua vez, agravou a crise econômica. Com a escassez de recursos em seu país, os venezuelanos encontraram esperança no estado de Roraima, e imigraram em massa. Os postos da polícia federal excedem o número de 150 atendimentos diários, assim como o sistema de saúde e educação encontram-se sobrecarregados com o aumento populacional. Teresa Surita, prefeita de Boa Vista, capital de Roraima, estima que atualmente haja mais de quarenta mil imigrantes vivendo na cidade. Compondo 10% da população da capital, a disputa por empregos é acirrada, fazendo com que muitos venezuelanos sejam explorados e vivam em condições precárias. Em contrapartida, contradizendo o senso comum, os dados colhidos pela Universidade Federal de Roraima e a Agência da ONU para Refugiados demonstram que os migrantes constituem mão de obra qualificada. Segundo a pesquisa, 32% dos venezuelanos possuem curso superior e 78% concluíram o ensino médio. Levando-se em consideração esses aspectos, fica evidente a necessidade de maiores investimentos em infraestruturas básicas para atender a nova demanda populacional. Cabe ao Governo Federal encaminhar recursos para que o estado de Roraima possa construir hospitais, escolas e abrigos, gerando empregos a curto e longo prazo para os venezuelanos e brasileiros. Dessa forma, há a possibilidade de uma vivência mais justa para ambas as nacionalidades.